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Brasil

'Marielle, Herzog e Edson Luís são vítimas da mesma estupidez'

Em entrevista à RBA, o jornalista Audálio Dantas comparou as manifestações em homenagem à vereadora Marielle Franco em diversas cidades do país àquelas ocorridas durante a ditadura, em reação ao assassinato do estudante Edson Luís, em março de 1968, durante protesto no Rio, e do jornalista Vladimir Herzog, o Vlado, 'suicidado' pelos militares nos porões do do DOI-Codi, em São Paulo, em outubro de 1975; "Tive a sensação completa de que alguma coisa nova está acontecendo. Não é à toa que milhares foram às ruas no dia de ontem, em todo o país, no Rio de Janeiro e em São Paulo", disse Audálio

Em entrevista à RBA, o jornalista Audálio Dantas comparou as manifestações em homenagem à vereadora Marielle Franco em diversas cidades do país àquelas ocorridas durante a ditadura, em reação ao assassinato do estudante Edson Luís, em março de 1968, durante protesto no Rio, e do jornalista Vladimir Herzog, o Vlado, 'suicidado' pelos militares nos porões do do DOI-Codi, em São Paulo, em outubro de 1975; "Tive a sensação completa de que alguma coisa nova está acontecendo. Não é à toa que milhares foram às ruas no dia de ontem, em todo o país, no Rio de Janeiro e em São Paulo", disse Audálio (Foto: Aquiles Lins)
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Rede Brasil Atual - Com "fé e esperança na reação popular" contra a situação "absurda" em que mergulharam o país desde o golpe de 2016. É assim que o experiente jornalista Audálio Dantas enxerga a repercussão da morte da vereadora Marielle Franco (Psol), executada na última quarta-feira (14), no Rio de Janeiro. "Herzog, Edson Luís e Marielle são todos vítimas da mesma estupidez que tentam promover no Brasil."

À jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atualnesta sexta (16), Audálio, que esteve à frente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo entre 1975 e 1978, comparou as manifestações em homenagem a Marielle em diversas cidades do país àquelas ocorridas durante a ditadura, em reação ao assassinato do estudante Edson Luís, em março de 1968, durante protesto no Rio, e do jornalista Vladimir Herzog, o Vlado, 'suicidado' pelos militares nos porões do do DOI-Codi, em São Paulo, em outubro de 1975.

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Lá, como agora, as manifestações espontâneas mobilizaram a classe política, artistas, líderes religiosos e multidões de pessoas de todos os tipos, das classes médias e das classe populares, ressaltou. "Tive a sensação completa de que alguma coisa nova está acontecendo. Não é à toa que milhares foram às ruas no dia de ontem, em todo o país, no Rio de Janeiro e em São Paulo."

O luto por Edson Luís culminou, três meses depois, na chamada Marcha dos 100 mil, o maior protesto, até então, contra a ditadura, que em resposta à mobilização popular editou o AI-5, em dezembro daquele ano, marcando o início da fase mais obscura do regime.

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Por outro lado, a morte de Vlado, como diz Audálio, serviu para reavivar a "consciência nacional", oprimida pelos anos de chumbo, e teve repercussão inclusive nas primeiras greves dos metalúrgicos, no movimento pelas Diretas Já e pela Anistia, que colaboraram para pôr fim à ditadura.

Segundo o jornalista, a morte de Marielle pode representar um novo marco no que ele espera ser um despertar de consciência. "A população civil despertou. Esse é o instante para botarmos na rua o movimento de repúdio ao que está acontecendo no país. Pode ser que eles – os que ocupam ilegalmente o poder no país – tomem consciência e, principalmente, vergonha. É isso que estamos precisando", afirmou.

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Herzog

Filho de Vlado, Ivo Herzog também comparou as situações envolvendo o  jornalista e a vereadora. "Pessoas que buscavam justiça, respeito e a verdadeira democracia", escreveu em rede social. Ele também fez uma pequena "alteração" em verso da canção O Bêbado e a Equilibrista (João Bosco-Aldir Blanc), em que Clarice, a viúva de Herzog, é citada: a palavra "Marielles" substitui "Marias".

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Leia o texto.

Marielle Franco... assassinada. Não tem como eu não fazer paralelos com o assassinato do meu pai, 42 anos atrás. Ele tinha 38 anos. Ela 38 também. 

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Pessoas que buscavam justiça, respeito e a verdadeira democracia.
Há 42 anos meu pai foi morto por agentes do Estado por opor-se a uma política de Estado que tinha como inimigo eu, você. Nós cidadãos.
Marielle morreu também (logo teremos certeza) por agentes do Estado. Estado que novamente impõe uma política contra mim, você, nós cidadãos.
Um Estado que precisa impor uma intervenção militar no Rio de Janeiro porque este mesmo Estado levou o Rio à falência. Foi conivente com a corrupção. Desconstruiu uma estrutura que deveria proteger e servir a sua população, substituindo por uma estrutura que cuida de poucos privilegiados e manda para os guetos aqueles que não se encaixam neste status-quo Olímpico ou de Copa do Mundo.
Marielle denunciou isso.

"Choram Marielles e Clarices no solo do Brasil
Mas sei, que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente, a esperança"

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Ouça a entrevista de Audálio à Rádio Brasil Atual:

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