Mello Franco: Bolsonaro perdeu o decoro e pode ser alvo de processo de impeachment

247 - O jornalista Bernardo Mello Franco afirma que Jair Bolsonaro “nunca respeitou a memória das vítimas da ditadura. O capitão se projetou na política como porta-voz dos porões. Notabilizou-se por defender a tortura, insultar os mortos, mentir sobre fatos históricos”. Ele relembra que “a lei 1.079, de 1950, tipifica os crimes de responsabilidade passíveis de impeachment do presidente da República. Diz o artigo 9º, VII: “Proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.

Mello Franco ressalta que Bolsonaro já fez apologia à tortura praticada contra opositores da ditadura e chegou a afirmar que “quem procura osso é cachorro”, quando a Justiça determinou buscas por restos mortais no Araguaia. 

“Quase todos os dias, o presidente tem disseminado ódio e preconceito. Ontem, ao ofender a memória de Fernando Santa Cruz, voltou a cruzar o limite da decência. O então estudante tinha 26 anos quando foi capturado pela repressão. Era pai de um bebê de 2 anos, hoje presidente da Ordem dos Advogados do Brasil”, diz o jornalista. 

“Ontem Bolsonaro falou duas vezes sobre o caso. De manhã, para atingir o presidente da OAB, disse saber como o pai dele desapareceu. “Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, provocou. À tarde, afirmou que Santa Cruz foi morto por outros militantes de esquerda”, destaca. 

“A lei 1.079, de 1950, tipifica os crimes de responsabilidade passíveis de impeachment do presidente da República. Diz o artigo 9º, VII: “Proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”, finaliza.