Mercadante: instituições começam a reagir às agressões de Bolsonaro contra a democracia
Presidente da Fundação Perseu Abramo comemora derrubada da MP que previa intervenção em universidades. "O próximo passo é que o presidente da Câmara dos Deputados coloque o impeachment de Bolsonaro na pauta, como resposta aos inúmeros crimes de responsabilidade já cometidos ele", diz Mercadante
247 - O presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta sexta-feira, 12, que as instituições democráticas começam a reagir aos retrocessos do governo Jair Bolsonaro, ao comentar a revogação da Medida Provisória 979.
A MP permitia ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, a nomeação de reitores de universidades e institutos federais durante a pandemia.
Em nota, Mercadante citou a decisão do presidente do Senado, David Alcolumbre, de devolver ao governo a MP, e a atuação de oito partidos de oposição, PT, PSOL, PCdoB, PSB, PDT, Rede, PV e Cidadania, que ingressaram no Supremo Tribunal Federal pedindo a suspensão da medida.
"O próximo passo é que o presidente da Câmara dos Deputados coloque o impeachment de Bolsonaro na pauta, como resposta aos inúmeros crimes de responsabilidade já cometidos ele", diz Mercadante.
Leia, abaixo, a nota na íntegra:
As instituições democráticas começam a reagir aos retrocessos e constantes ataques de Bolsonaro ao nosso estado de direito. É muito bem-vinda e acertada a decisão do presidente do Senado, David Alcolumbre, de devolver ao governo a Medida Provisória 979/2020, que agredia a autonomia das universidades e dos institutos federais e permitia a nomeação de interventores como reitores, em uma cristalina agressão a preceitos consagrados pela nossa Constituição.
Também merece menção a atuação de oito partidos de oposição, PT, PSOL, PCdoB, PSB, PDT, Rede, PV e Cidadania, que ingressaram no Supremo Tribunal Federal pedindo a suspensão imediata desta MP abusiva e autoritária. A derrota do autoritarismo de Bolsonaro é a vitória da democracia, da liberdade e da educação.
A defesa da nossa democracia exige esse tipo de ação, por isso, sempre que Bolsonaro tentar cruzar a linha estabelecida pelo estado democrático é imperativo que as instituições atuem, impondo a ele os limites da nossa Constituição. O próximo passo é que o presidente da Câmara dos Deputados coloque o impeachment de Bolsonaro na pauta, como resposta aos inúmeros crimes de responsabilidade já cometidos ele.
Com o impeachment na pauta, serão impulsionados ainda mais os protestos virtuais, os panelaços e os movimentos de rua da juventude, que devem seguir todos protocolos sanitários e de proteção da saúde e da vida. No pós-pandemia, toda essa indignação se transformará em um grande tsunami contra Bolsonaro, que tomará conta das ruas do país. Assim, venceremos esse governo obscurantista, terraplanista e que agride cotidianamente a democracia brasileira e suas instituições.
Aloizio Mercadante é ex-ministro da Educação e presidente da Fundação Perseu Abramo.
