Monica de Bolle diz que CFM tornou-se cúmplice das mortes
O Conselho Federal de Medicina "torna-se cúmplice das más práticas", critica a economista Monica de Bolle, professora da Universidade Johns Hopkins. A estudiosa fez referência ao artigo do presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, que defendeu o tratamento precoce e o uso da cloroquina em pacientes com Covid-19. "O nome disso é Medicina de Compadrio", afirmou
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247 - A economista e professora da Escola para Estudos Internacionais Avançados da Universidade Johns Hopkins Monica de Bolle bateu duro no Conselho Federal de Medicina, após o presidente dp CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, alinhar-se ao discurso negacionista de Jair Bolsonaro e também defender o tratamento precoce para conter a pandemia do coronavírus, com remédios como a cloroquina, procedimento condenado pela Anvisa, OMS e principais entidades médicas do mundo por falta de comprovação científica no combate à Covid-19.
"O Conselho Federal de Medicina NÃO mudará parecer que dá autonomia para 'tratamento precoce' e outros absurdos. O CFM torna-se cúmplice das más práticas e fere o juramento hipocrático de 'first do no harm', ou, de proteger a saúde dos pacientes. Vergonha", afirmou a estudiosa no Twitter. "O nome disso é Medicina de Compadrio. O atraso e isolamento brasileiros cada vez mais visíveis", acrescentou.
A lista de entidades reguladoras e médicas que contradizem a posição do presidente do CFM é quase infindável.
A agência regulatória norte-americana, o FDA, elenca uma lista de medicamentos que não têm eficácia comprovada contra a Covid-19. Entre eles: fosfato de cloroquina, sulfato de hidroxicloroquina e ivermectina.
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não recomenda tratamento precoce para Covid-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro).
A orientação da SBI está alinhada com as recomendações de sociedades médicas científicas e outros organismos sanitários nacionais e internacionais, como a Sociedade de Infectologia dos EUA (IDSA) e a da Europa (ESCMID), Centros Norte-Americanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Até o médico francês Didier Raoult, o "pai da cloroquina", reconheceu que o medicamento não tem eficácia comprovada para o tratamento de pessoas diagnosticadas com o coronavírus.
Bolsonaro, mais uma vez, manifestou seus posicionamentos negacionistas e divulgou no Facebook um trecho de um discurso proferido pelo juiz federal Carlos Eduardo Contar, que, ao tomar posse como presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) na última sexta-feira (22), classificou como "esquizofrenia" as medidas contra a Covid-19.
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