Mourão diz que saída de Vélez é 'morte anunciada' e militares torcem o nariz para Weintraub
O vice-presidente Hamilton Mourão disse que a demissão de Ricardo Vélez do cargo de ministro da Educação era "crônica de uma morte anunciada"; por outro lado, para membros da cúpula militar do governo, a decisão de Bolsonaro de nomear Abraham Weintraub como ministro representa a continuidade da crise que paralisou a pasta; tudo indica que a disputa interna entre militares e o guru ideológico de Bolsonaro, Olavo de Carvalho não terminou
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247 - O vice-presidente Hamilton Mourão comentou a demissão de Ricardo Vélez do cargo de ministro da Educação. Segundo ele, tratasse de "crônica de uma morte anunciada", em uma referência ao livro homônimo do escritor colombiano Gabriel García Marquez.
Mourão está em visita aos EUA, onde se encontrará com com escritores, economistas, empresários e representantes de think-tanks na residência do embaixador do Brasil.
Em entrevista aos jornalista, o vice voltou a afirmar que não quer ser um contraponto a Bolsonaro. Questionado sobre seus pontos de vista divergentes, disse que ele e o presidente são "complementares nas nossas visões" e que está "lado a lado com o presidente Bolsonaro".
"Obviamente nosso objetivo é um só: ao longo do nosso mandato estabelecer uma nova base dentro do país de modo que a economia se recupere, a segurança pública volte a níveis aceitáveis e que o país tenha uma nova rota para prosseguir na direção do desenvolvimento sustentável", disse.
Militares
A escolha do presidente Jair Bolsonaro de nomear Abraham Weintraub ministro da Educação no lugar do desgastado Ricardo Vélez foi vista com desconfiança por membros da cúpula militar do governo. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, os militares temem que o escolhido represente a continuidade da crise que paralisou a pasta.
Weintraub também foi uma indicação do guru ideológico do governo, o astrólogo Olavo de Carvalho, que tem travado uma disputa interna com os militares por espaço no governo Bolsonaro. Além disso, Olavo já trocou críticas e ofensas públicas com o vice-presidente, general Hamilton Mourão, e com general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro de Governo.
De acordo com fontes militares ouvidas pela Folha, a remoção de Vélez do MEC era uma oportunidade de se afirmar ante o chamado grupo ideológico do governo, aderente das ideias propagadas por Olavo de Carvalho.
Oficiais generais da ativa e da reserva próximos de Bolsonaro defenderam a escolha de um nome técnico, gestor respeitado no mercado e na academia e não incluía o nome de Weintraub.
Outro motivo para o descontentamento da ala militar é o fato da indicação do novo ministro ter sido avalizada publicamente por um dos filhos de Bolsonaro mais próximo de Olavo, o deputado federal Eduardo (PSL-SP). Segundo o jornal, a conduta foi vista por setores militares como uma provocação.
Eduardo Deschamps, ex-secretário da Educação de Santa Catariana, era o nome defendido pelos militares e empresários. Ele presidiu o Conselho Nacional de Educação na gestão de Mendonça Filho (DEM), no governo de Michel Temer.
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