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Mourão representa quebra na tradição de vices discretos, diz cientista político

Envolto em debates acadêmicos, reuniões comerciais e encontro políticos importantes da Casa Branca, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) cumpre agenda intensa nos Estados Unidos; a Sputnik Brasil entrevistou o cientista político Maurício Fronzaglia para entender o comportamento de Mourão e como ele se encaixa no xadrez do poder em Brasília

Mourão representa quebra na tradição de vices discretos, diz cientista político (Foto: AP Photo)
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Sputnik Brasil - Envolto em debates acadêmicos, reuniões comerciais e encontro políticos importantes da Casa Branca, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) cumpre agenda intensa nos Estados Unidos. A Sputnik Brasil entrevistou o cientista político Maurício Fronzaglia para entender o comportamento de Mourão e como ele se encaixa no xadrez do poder em Brasília.

Falando na Brazil Conference, evento realizado na Universidade de Harvard, Mourão classificou as cadeias brasileiras como masmorras — postura diferente da linha dura do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O ex-militar também já se distanciou de Bolsonaro em outras ocasiões, como quando negou a proximidade entre nazismo e esquerda e quando o comentou o autoexílio do ex-congressista Jean Wyllys.

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Para o cientista político do Mackenzie Maurício Fronzaglia, Mourão representa uma quebra na tradição brasileira de vices discretos. "Mourão se comporta de uma forma que não é a tradicional dos vices brasileiros. Ele é mais ativo e fala mais com a imprensa, opina mais e participa mais da vida política nacional."

Fronzaglia lembra que o Mourão de 2019 é diferente do ex-general que participou da campanha presidencial. Durante o pleito eleitoral, Mourão ganhou as manchetes quando disse que o 13° salário era uma "jabuticaba brasileira", que a beleza de seu neto era fruto do "branqueamento da raça", entre outras falas.

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As manchetes negativas fizeram com que Bolsonaro agisse para silenciar e aplacar o comportamento de Mourão.

Após assumir a cadeira de vice-presidente, Mourão passou por treinamento de assessores para aprender a se relacionar com a imprensa, revelou reportagem da Agência Pública. Desde então, tem sido mais comedido das nas palavras.

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O guru Olavo de Carvalho não gosta de Mourão. Influente no governo e próximo de ministros como o chanceler Ernesto Araújo, Olavo já afirmou que Mourão é "idiota". A resposta do vice-presidente foi mandar "beijinhos".

O próprio Mourão nega que seja um contraponto ao presidente e se classifica como "complementar" a Bolsonaro.

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"Na mundo da política, como a gente nunca consegue saber exatamente o que se passa nos bastidores, quais são as articulações que os atores políticos fazem, a gente não consegue saber as verdadeiras intenções, digamos assim, dessa moderação que o vice-presidente coloca. Pode ser uma moderação para dar uma estabilidade maior ao governo, mas ele também se legitimando como um líder moderado e talvez tenha ambições políticas mais à frente", diz Fronzaglia à Sputnik Brasil.

Mourão "está se legitimando como um líder político internamente e externamente", acredita o cientista político.

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Enquanto Bolsonaro, durante sua visita aos EUA, jantou com Olavo de Carvalho e deu entrevista para a Fox News, canal de televisão que faz defesa da Casa Branca, Mourão fez escolhas diferentes. Ele reuniu-se com o filósofo Roberto Mangabeira Unger, que foi ministro durante a presidência petista, e dará entrevista para a CNN — alvo público do presidente dos EUA, Donald Trump.

"Ele [Mourão] está se legitimando como um interlocutor político, que pode trabalhar nessa área em que o governo está deficiente", diz Fronzaglia. "Uma voz moderada na articulação pode ser bem vinda."

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