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'Mudanças em benefícios não serão aprovadas sem alterações'

É o que dizem deputados e senadores da comissão mista criada para analisar as medidas provisórias 664 e 665, que tratam de benefícios como pensões e seguro-desemprego; eles participaram hoje de audiência pública com os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Previdência Social, Carlos Gabas; para o senador Paulo Paim (PT-RS), da forma como foram editadas pelo governo, as MPs não têm "a mínima chance de passar"

É o que dizem deputados e senadores da comissão mista criada para analisar as medidas provisórias 664 e 665, que tratam de benefícios como pensões e seguro-desemprego; eles participaram hoje de audiência pública com os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Previdência Social, Carlos Gabas; para o senador Paulo Paim (PT-RS), da forma como foram editadas pelo governo, as MPs não têm "a mínima chance de passar" (Foto: Gisele Federicce)
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Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil

Em audiência pública com os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Previdência Social, Carlos Gabas, deputados e senadores da comissão mista criada para analisar as medidas provisórias 664 e 665 criticaram as mudanças propostas pelo governo na concessão de benefícios sociais e trabalhistas e ressaltaram que sem negociação, modificações nos textos e um grande acordo, dificilmente as alterações serão aprovadas pelo Congresso.

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Para o senador Paulo Paim (PT-RS), da forma como foram editadas pelo governo, as medidas não têm "a mínima chance de passar". Ele argumenta que é preciso discutir e construir os substitutivos: "Nesse momento, com todo o respeito aos ministros, sou da base [do governo], mas todo mundo é contra essas medidas. Duvido que haja um sindicato, uma associação, uma confederação, uma entidade de aposentados que defenda essas medidas. Seria irracional e dar um tiro no próprio pé querer aprovar essa medidas", disse Paim.

"Não podemos esconder dos ministros a dificuldade para a aprovação dessas medidas pelo Parlamento", reforçou o deputado Glauber Braga (PSB-RJ). Para o parlamentar fluminense, as justificativas apresentadas pelo ministro do Planejamento para as modificações – como ampliação dos postos de trabalho, crescimento econômico e ampliação da renda – não se encaixam com as perspectivas atuais da economia do país.

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"Esse não é o cenário que se indica para o ano de 2015 pelo próprio ministro da Fazenda. Se o Ministério da Fazenda anuncia um ano que é de dificuldades, de ajustes e de baixo crescimento ou crescimento negativo, como se dificulta o acesso ao Seguro Desemprego em um quadro extremamente negativo? Isso me parece um erro, e um erro importante, inclusive de convencimento dos outros parlamentares", argumentou Braga.

O deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) criticou a forma como o governo federal adotou as medidas. "Já que o governo agora afirma que essas medidas não fazem parte do ajuste fiscal, por que então o governo não mandou essas medidas na forma de projetos de lei para que fosse feita a discussão com o Congresso com mais tranquilidade? Seria necessário que esse debate fosse feito de forma mais profunda", disse o tucano.

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No início da audiência pública, o ministro Nelson Barbosa afirmou que as mudanças nas regras de concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas, entre eles o seguro-desemprego, são "estruturais" e de "adequação" e de ajuste fiscal. "Estamos falando que as medidas não fazem parte do ajuste fiscal porque o ajuste não é permanente, é temporário. O ajuste fiscal é o primeiro passo para recuperar a confiança na economia, mas elas são permanentes. O ajuste fiscal vai passar, mas elas vão continuar. As medidas são essenciais e urgentes, por isso foram por meio de medida provisória", justificou Barbosa.

Para o senador Telmário Mota (PDT-RR), os ajustes na economia não podem ser repassados apenas para os mais pobres. "É muito difícil uma aprovação do jeito que esta. Mas é nesta Casa que vamos fazer as correções. Aquilo que for para tirar distorções, para o fortalecimento e garantia dos programas é bem-vindo. Mas aquilo que for para tirar daquele que já ganha tão pouco não será aprovado", disse o senador.

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"O governo tem que encontrar um mecanismo que garanta o direito dos trabalhadores e não medidas que reduzam esses benefícios. Essas medidas estão sendo colocadas para aqueles que recebem um ou dois salários mínimos, aqueles que já têm dificuldade em manter suas casas", criticou o deputado Marx Beltrão (PMDB-AL).

Já o deputado Cleber Verde (PRB-MA) criticou a proposta que veda o pagamento do Bolsa Família para os pescadores que estiverem recebendo o benefício do Seguro Defeso. "Quando nós aprovamos aqui o Seguro Defeso ele tinha o caráter de manter a perpetuação da espécie e garantir a subsistência das famílias que vivem exclusivamente da pesca. [Com a mudança] estamos mexendo no direito desses trabalhadores. Quando se aumenta a carência para ter acesso ao beneficio, podemos estar deixando milhares de trabalhadores sem acesso a um direito legítimo", acrescentou Verde.

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Editadas pelo governo federal no final do ano passado em meio ao anúncio das medidas de ajuste fiscal, as medidas provisórias alteram regras do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e da Previdência Social, aumentando o rigor para a concessão do abono salarial, do seguro-desemprego, do seguro-defeso, da pensão por morte e do auxílio-doença. Segundo o governo, as mudanças vão acarretar uma economia de R$ 18 bilhões ao ano a partir de 2015.

 

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