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Mulher de Queiroz reclamou da vida como refém de Wassef e questionou: vão matar?

Mensagens interceptadas pelo MP-RJ mostram que família Queiroz estava, na prática, como refém do advogado Frederick Wassef. Numa conversa com advogada que trabalha com Wassef, Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, disse que não queria viver como "marionete do Anjo", em referência a Wassef, ex-advogado de Flávio Bolsonaro. "Deixa a gente viver nossa vida. Qual o problema? Vão matar? Ninguém vai matar ninguém."

Márcia Oliveira de Aguiar, Fabrício Queiroz, Frederick Wassef e Flávio Bolsonaro (Foto: Reprodução | Senado)
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247 - O Ministério Público do Rio (MP-RJ) interceptou uma mensagem de Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz,  na qual ela reclamava das táticas impostas pelo advogado Frederick Wassef à sua família para viverem escondidos. Em novembro de 2019, ela disse em mensagem de áudio à advogada Ana Flávia Rigamonti que não queria mais viver como "marionete do Anjo". "Deixa a gente viver nossa vida. Qual o problema? Vão matar?". Ana Flávia  trabalha com Wassef. As mensagens sugerem que a família Queiroz era, na prática, refém de Wassef.

Nas conversas obtidas pelo MP, Márcia desabafou: "A gente não pode mais viver sendo marionete do Anjo. 'Ah, você tem que ficar aqui, tem que trazer a família'. Esquece, cara. Deixa a gente viver nossa vida. Qual o problema? Vão matar? Ninguém vai matar ninguém. Se fosse pra matar, já tinham pego um filho meu aqui", diz Márcia, em mensagem enviada a Flávia no fim do ano passado. O teor do áudios foi publicado no jornal O Estado de S.Paulo.

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Em conversa com a advogada do escritório de Queiroz que aparentemente tornou-se sua amiga, Márcia reclamou da estadia de Queiroz no imóvel de Wassef. "Ele (Queiroz) não quer ficar mais aí, não", disse Márcia, antes de ponderar: "Ele (Anjo) vai fazer terror, né?".

Com o passar dos dias, os áudios enviados por Márcia à amiga eram cada vez maiores e mais frequentes. Em algum deles, Márcia alternava choro com relatos sobre como a situação mexia com sua saúde física e emocional. “Sei que também tá acabando com a (saúde) dele (Queiroz)”. Em outra mensagem, a conversa revela que o ex-assessor de Flávio também não concordava com os planos de Wassef. 

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As mensagens indicam claramente que, embora negue, Wassef montou um esquema para esconder Queiroz, que está preso presídio Bangu 8. Detido no último dia 18 em Atibaia (SP), o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi encontrado em um imóvel do advogado. De acordo com relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz movimentou R$ 7 milhões de 2014 a 2017. Márcia está foragida e Wassef deixou a defesa do senador.

O MP teve acesso ao material em dezembro, quando foram cumpridos mandados de busca em endereços ligados a Queiroz e um celular da ex-assessora foi apreendido.

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O juiz Flávio Itabaiana Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), havia citado mensagens de Márcia comparando o marido com um bandido "que tá preso dando ordens aqui fora, resolvendo tudo". 

O objetivo do ex-assessor seria intimidar testemunhas. Quem deixou de ser ouvida, por exemplo, foi Danielle Nóbrega, ex-mulher de Adriano Nóbrega, miliciano morto no começo deste ano pela polícia na Bahia. Ele era ligado à família Bolsonaro e chefiava o Escritório do Crime, grupo de matadores profissionais com sede no Rio e suspeito de envolvimento com o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL), morta pelo crime organizado. 

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Em nota, Wassef afirmou que jamais articulou "qualquer rotina de ocultação do paradeiro de Fabrício Queiroz, assim como nunca dei ordens a ele ou à sua família. Da mesma forma, nunca o escondi".

"Fabrício Queiroz não era procurado ou foragido da justiça para ter que se esconder, e sequer existiam intimações ou solicitações de comparecimento ao Poder Público do Rio de Janeiro", disse.

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"Tenho sido vítima de uma campanha de fake news e ilações irresponsáveis, enquanto apenas atuei no regular exercício da advocacia, e minha única intenção era preservar uma vida humana e garantir sua integralidade física, assim como evitar sua execução no Rio de Janeiro quando autorizei o uso da propriedade".

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