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Brasil

Na crise da democracia, elite do atraso vaia Ciro e aplaude Bolsonaro de pé na CNI

Duas cenas marcaram o encontro de alguns pré-candidatos com empresários na sede da CNI: em plena crise da democracia brasileira, Ciro Gomes foi vaiado e Bolsonaro aplaudido de pé; os empresários apoiaram o candidato de perfil fascista quando ele subiu ao palco, afirmou que colocará militares em seu eventual ministério, qualificou o MST de "terrorista" e lamentou não poder fazer piadas sobre pessoas pretas

Na crise da democracia, elite do atraso vaia Ciro e aplaude Bolsonaro de pé na CNI (Foto: Reuters)
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247 - Duas cenas marcaram o encontro de alguns pré-candidatos com empresários na sede da CNI (Confederação Nacional da Indústria) nesta quarta (4) em Brasília: em plena crise da democracia brasileira, Ciro Gomes foi vaiado e Jair Bolsonaro aplaudido de pé. Um evento que concretizou a ideia da "elite do atraso" desenvolvido pelo sociólogo Jessé de Souza. Ciro foi vaiado ao defender a revisão da reforma trabalhista; Bolsonaro foi aplaudido de pé ao subir ao palco e ao defender, durante sua palestra na qual esquivou-se de apresentar qualquer proposta, teses de corte claramente autoritário, que remetem ao fascismo.

Bolsonaro foi aplaudido de pé pelos empresários, assim que subiu ao palco e logo no início de seu discurso quando avisou que, se for eleito, sua primeira providência será "pedir a bênção de Deus ao Brasil". Numa reunião composta em sua esmagadora maioria homens trajando ternos e brancos,  Bolsonaro foi seguidamente aplaudido sem que tenha apresentado sequer um ponto de seu programa de governo. O relato do repórter Afonso Benites de El País é espantoso: "Bolsonaro não precisou mais do que superficialidades para ser aplaudido. Uma das vezes foi quando reforçou o seu discurso de que parte de seu primeiro escalão será ocupado por militares. 'Vou botar generais nos ministérios, sim. Qual o problema? Os anteriores botavam terroristas e corruptos e ninguém falava nada'. Em outro momento, foi quando defendia não levar ideologia para as negociações com o Congresso. 'Não quero botar um busto do Che Guevara no Palácio do Planalto'. Também disse que contará com o apoio dos evangélicos, que são contra a 'ideologia de gênero', e atrairá a bancada ruralista ao qualificar de 'terrorista' o MST (Movimento dos Sem Terra). 'Hoje estão tirando nossa alegria de viver, não podemos mais contar piadas de afrodescendentes, de cearenses, de goianos', disse Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal por injúria e incitação ao racismo." (leia aqui)

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Impossível não recordar o apoio do empresariado alemão à ascensão de Adolf Hitler na virada dos anos 1920/30 durante a crise da democracia no país e que o levou a assumir o governo em 1933. 

Ciro Gomes não defendeu qualquer ação "revolucionária" do governo. Ciro afirmou que, como presidente, não teria o poder de, sozinho, revogar nenhuma das reformas propostas por Temer, mas afirmou que pretende rediscutir pontos da reforma trabalhista, que ele classificou como "selvageria". Como exemplo, ele citou a possibilidade de trabalho de gestantes em locais insalubres e a regulamentação do chamado trabalho intermitente. Foi o suficiente para ser vaiado. 

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