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Brasil

"No Brasil de Merval, juiz suspeito é coisa normal", diz o Grupo Prerrogativas sobre pressão no STF

Grupo de advogados e juristas progressistas rebate a pressão do colunista do Globo para que o STF reveja a decisão que anulou as condenações do ex-presidente Lula

(Foto: Divulgação)
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247 - O Grupo Prerrogativas, coletivo de advogados, juristas e intelectuais que defendem as garantias fundamentais previstas na Constituição, rebateu o jornalista Merval Pereira, porta-voz dos interesses da família Marinho, da Globo

Em nota, o Prerrô disse que que Merval é "useiro e vezeiro" em pressionar o Supremo Tribunal Federal, ao criticar a defesa do colunista do Globo de que a Suprema Corte reveja a decisão do ministro Edson Fachin, que anulou as condenações do ex-juiz Sérgio Moro contra Lula e a declaração de parcialidade de Moro contra Lula, decidida pelo plenário da 2ª Turma do STF. 

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"No Brasil de Merval, juiz suspeito é coisa normal. No Brasil de Merval, não importam o direito e a Constituição. Afinal, no 'seu Brasil', os fins – que ele sabe muito bem quais são – justificam qualquer meio, mesmo a custo de condenações feitas por meio de uma coisa jamais vista na história: ao mesmo tempo o juiz foi incompetente e suspeito. Na verdade, incompetente porque sempre foi suspeito. É a escolha do dilema Tostines", escrevem os juristas. 

Leia, abaixo, a nota na íntegra:

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Editorial Extraordinário do Grupo Prerrogativas 

“ O Dilema Merval”

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Merval, o jornalista que não tem espelho retrovisor

Nada surpreendente, Merval saiu da toca. Merval é previsível. Useiro e vezeiro de fazer pressão no Supremo Tribunal – lembremos que ele ficou meses dizendo que, se o STF julgasse a favor da presunção da inocência, mais de 160 mil bandidos seriam soltos – agora Merval acusa o Grupo Prerrogativas de fazer “pressão” sobre a Suprema Corte.

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Ora, Merval “revelou” uma estratégia que estaria sendo feita por Fachin para dar uma reviravolta no julgamento da suspeição de Moro. Ao fazer isso, cria clima de forte pressão sobre a Corte e sobre o próprio Min. Fachin.

Agora que diversos integrantes deste Grupo denunciaram a manobra de Merval, ele busca se beneficiar de sua própria torpeza, naquilo que em direito (que não é a área de Merval) chamamos de venire contra factum proprium (comportamento contraditório). É como o sujeito que mata os pais e depois, no júri, pede clemência por ser órfão.

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Definitivamente, o pressionador não tem espelho retrovisor. Tem espaço diário para lançar narrativas inverídicas e ficcionais. Merval é como o Navah do velho testamento: especialista em “dar existência a coisas que não existem”.

Constrangeu a sociedade e a comunidade jurídica – e a Suprema Corte – espalhando o pânico em relação à decisão sobre presunção da inocência. Nunca desmentiu. Nunca se arrependeu. Como Moro não se arrepende do que fez.

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Mais. Tão logo a segunda Turma do STF decidiu pela suspeição de Moro, Merval e outros jornalistas espalharam a narrativa de que o STF teria usado prova ilícita para tal, quando, na verdade, o STF nem necessitou lançar mão dos diálogos arrasadores da promiscuidade entre Moro e Procuradores.  

Agora volta suas baterias para salvar Moro e o que resta da lava jato. Para isso, retoma a operação “narrativa a qualquer custo”, invocando até mesmo “a consciência dos ministros”, como se um julgamento da Corte não dependesse da lei e da Constituição. Sem espelho retrovisor, aponta o seu dedo, esquecendo que quando Paulo fala de Pedro, está falando, mesmo, de Paulo. Ou melhor, quando Merval fala do Prerrô, está mesmo falando de Merval.

Aqui caberia um dilema – e não um paradoxo – do tipo Tostines: Merval quer salvar Moro porque cumpre uma missão de grupos interessados politicamente no deslinde da causa ou cumpre uma missão de grupos interessados para salvar Moro? A resposta é simples: Merval quer salvar Moro porque cumpre uma missão. Uma tarefa. Merval é um bom soldado.

Muito ilustrativo que os jornais de hoje, às vésperas da decisão do dia 14, noticiam que não há como autenticar os diálogos haqueados. Qual é a motivação da notícia, se a suspeição nada teve a ver com esses diálogos? Se “pressionar” tem algum conceito, basta que se leia as colunas de Merval e o noticiário sobre os diálogos. Simples assim.

No Brasil de Merval, juiz suspeito é coisa normal. No Brasil de Merval, não importam o direito e a Constituição. Afinal, no “seu Brasil”, os fins – que ele sabe muito bem quais são – justificam qualquer meio, mesmo a custo de condenações feitas por meio de uma coisa jamais vista na história: ao mesmo tempo o juiz foi incompetente e suspeito. Na verdade, incompetente porque sempre foi suspeito. É a escolha do dilema Tostines.

Ps: 

Merval, na tarde de hoje, nos fez rir sem travas ao afirmar o que sempre denunciamos como uma verdadeira e afrontosa aberração.

Disse, em caixa alta, que o julgamento de Lula é político.

Ora, o que sempre pedimos, e ele sabe bem, é que o julgamento seja técnico.

Técnico como deve ser em relação a qualquer réu em um Estado de Direito.

Para o Lula, e para o Merval inclusive, desejamos que se cumpra a lei.

Nada muito sofisticado para se entender. Com um julgamento técnico, e mesmo sem formação jurídica, Merval há de reconhecer, Moro será inevitavelmente declarado incompetente exatamente por ter sido parcial.

Em um julgamento político, talvez, se feche os olhos para isso...

Eis a questão.

Como já disseram os Juristas Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, José Carlos Dias, Belisário dos Santos Jr e Alberto Toron, “todo mundo deve ter direito a um juiz competente e imparcial” .

Ou não?

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