"O Brasil virou um país de ofensas", diz Barroso após ser interrompido por defensora do voto impresso em evento na Inglaterra
“Precisamos resgatar a capacidade de divergir com respeito, viramos um país de ofensas”, disse o ministro do STF durante evento promovido pela Universidade de Oxford

247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou que o Brasil "virou um país de ofensas”. A declaração do ministro foi proferida neste sábado (25), após ele ser interrompido no momento em que defendia o processo eleitoral brasileiro durante participação em um evento promovido pela Universidade de Oxford, na Inglaterra.
De acordo com a CNN Brasil, Barroso teve sua fala interrompida ao afirmar que durante no período em que presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre 2020 e 2022, teve que “oferecer resistência aos ataques contra a democracia e impedir esse abominável retrocesso que seria a volta do voto impresso com contagem pública manual, que sempre foi o caminho da fraude no Brasil”.
Neste momento, uma mulher acusou o ministro de estar “mentindo” por afirmar que os críticos das urnas eletrônicas desejam a contagem manual dos votos. Barroso então respondeu que ela poderia pesquisar a informação na internet e que o que ele estava dizendo era “um fato”.
“Com todo respeito, se você entrar em qualquer lugar, vai ouvir do presidente da República, e da autora da proposta, que queria voto impresso com contagem pública manual. Esse é um fato. A partir daí, cada um pode achar o que quiser, mas esse é um fato”, disse Barroso. Ainda segundo ele, “esse é um dos problemas que nós estamos vivendo no Brasil, um déficit imenso de civilidade.”
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE“Uma coisa que aconteceu no Brasil é que o pensamento conservador, que é legítimo, foi capturado pela grosseria, ofensa, pela falta de respeito. O sujeito fala em nome de Deus ‘eu quero que você morra’, tudo contrário ao que o cristianismo prega. Portanto, acho que um choque de civilidade é o que precisamos”, disse Barroso de acordo com a reportagem. “Precisamos resgatar a capacidade de divergir com respeito, viramos um país de ofensas”, completou.
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