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O que está por trás da prisão dos "homens de Temer"?

O editor do cafezinho, Miguel do Rosário, diz que prisão dos "homens de Temer", por determinação do ministro Luis Roberto Barroso, leva à lembrança da "famosa "carta" enviada por Michel Temer à presidenta Dilma", pouco antes do impeachment; "O então vice-presidente elenca, como um dos atos de Dilma que mais o aborreceram, a demissão de Edinho Araújo ("a mim ligado", diz Temer) da secretaria dos Portos", além do fato dela ter barrado a indicação, feita por Temer, de Eliseu Padilha para a secretaria dos Portos; ação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira (29) tem como objetivo desarticular um esquema de corrupção no setor portuário e um dos alvos é o próprio Temer

Presidente Michel Temer durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social em Brasília 21/03/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: Paulo Emílio)
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Por Miguel do Rosário, no CafezinhoA prisão dos "homens de Temer", por determinação do ministro Luis Roberto Barroso, nos permite recordar alguns fatos anteriores ao impeachment.

Na famosa "carta" enviada por Michel Temer à presidenta Dilma, o então vice-presidente elenca, como um dos atos de Dilma que mais o aborreceram, a demissão de Edinho Araújo ("a mim ligado", diz Temer) da secretaria dos Portos.

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"E a senhora não teve a menor preocupação em eliminar do governo o Deputado Edinho Araújo, deputado de São Paulo e a mim ligado."

O mesmo Edinho Araújo, tão ligado a Temer e à máfia dos portos, vira notícia em meados de março de 2016 por causa de sua decisão de apoiar o impeachment.

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No início de 2014, Dilma havia vetado o nome de Eliseu Padilha, indicado pelo vice-presidente Michel Temer, para a secretaria dos Portos. Há uma nota da revista Época, de fevereiro de 2014, que trata do assunto:

"A presidente Dilma Rousseff vetou o nome do deputado federal Eliseu Padilha (PMDB-RS) para o cargo de ministro da Secretaria de Portos. Eliseu Padilha foi indicado pelo vice-presidente Michel Temer."

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Outro motivo para a ruptura do PMDB com o governo Dilma, também mencionado na carta, foi a decisão da presidenta de demitir um nome indicado por Eliseu Padilha para a diretoria da Anac.

É interessante lembrar que o próprio Temer diz que "alardeou-se" na época que a saída de Padilha se dera porque este fazia parte de uma "conspiração".

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"No episódio Eliseu Padilha, mais recente, ele deixou o Ministério em razão de muitas "desfeitas", culminando com o que o governo fez a ele, Ministro, retirando sem nenhum aviso prévio, nome com perfil técnico que ele, Ministro da área, indicara para a ANAC. Alardeou-se a) que fora retaliação a mim; b) que ele saiu porque faz parte de uma suposta "conspiração"."

Bem, os fatos posteriores demonstraram que, de fato, Padilha era um dos cabeças da conspiração golpista.

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Não há dúvidas de que o impeachment de Dilma Rousseff, dentre tantos motivos escusos, se deu porque a presidenta representava um obstáculo à corrupção.

Removida Dilma, com apoio espúrio da Globo e da Lava Jato, não há mais obstáculos à roubalheira.

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A postura de Luis Roberto Barroso, neste sentido, não deve produzir nenhum entusiasmo, porque sua suposta coragem seria muito melhor empregada se tivesse impedido a consumação do golpe.

Prisões cautelares, quando feitas puramente para efeito midiático, não dão nenhum resultado.

A luta contra a corrupção exige investigações sérias e discretas, com o acompanhamento igualmente discreto, e imparcial, do judiciário.

O Supremo, se quiser contribuir para a estabilidade democrática, não deveria jogar álcool nos anseios pirotécnicos de uma meganhagem louca por sangue.

Investigar é melhor que prender.

A maior contribuição do STF à ordem democrática, hoje ameaçada por inimigos por todos os lados, incluindo o fascismo crescente da extrema direita, é interromper o desmonte do Estado, as privatizações irresponsáveis, e garantir um processo eleitoral justo, no qual os candidatos das principais forças políticas do país possam debater livremente suas propostas.

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