'O verbo locupletar hoje usa farda', diz Luis Felipe Miguel sobre impunidade do Exército com Pazuello
"Pro general tá tudo liberado. Pode fazer comício com genocida. Pode mentir deslavadamente ao apresentar sua defesa", escreve o professor de Ciência Política da UnB Luis Felipe Miguel
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Por Luis Felipe Miguel, em seu Facebook - E o Exército decidiu que não vai punir Pazuello.
Como disse Regina Dalcastagnè, esse negócio de disciplina é só para aluno de colégio militarizado. Daí, um uniforme mal abotoado pode valer uma semana de suspensão.
Mas pro general tá tudo liberado. Pode fazer comício com genocida. Pode mentir deslavadamente ao apresentar sua defesa.
E a imprensa especulando sobre a preocupação do generalato com a desmoralização da força.
Que desmoralização que nada. O governo é um parceirão e tanto. O que mais um Exército de despreparados, incompetentes e desprovidos de sentido nacional poderia querer?
Enquanto os brasileiros morrem esperando UTI, os hospitais militares mantêm leitos ociosos. Enquanto saúde, educação e ciência estão à míngua, as verbas militares crescem. Enquanto o funcionalismo civil apanha sem trégua, os militares são poupados.
E, para as patentes mais altas, não faltam cargos, vantagens, mordomias.
O verbo é “locupletar”. Justo Veríssimo – os mais velhos saberão quem é – hoje usa farda.
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