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Organização internacional denuncia violações contra indígenas

A Anistia Internacional lançou uma plataforma para alertar sobre focos de tensão na Amazônia com povos indígenas. "Essa iniciativa faz parte de um contexto de uma preocupação internacional muito grande com a situação da Amazônia brasileira", comenta especialista

(Foto: Marcelo Santos Braga)
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Sputnik - A Anistia Internacional lançou uma plataforma para alertar sobre a focos de tensão na Amazônia com povos indígenas. A Sputnik Brasil ouviu um ex-assessor da organização sobre a questão.

Na dia 9 de agosto se comemorou o Dia Internacional dos Povos Indígenas e desde então estão na plataforma da Anistia Internacional conteúdos que denunciam tensões em três territórios indígenas na Amazônia, as áreas de Uru-Eu-Wau-Wau e Karipuna, em Rondônia, e Arara, no Pará. O especial produzido pela organização foi nomeado "Focos de Tensão na Amazônia".

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Os locais tem sido foco de denúncia de invasões ilegais de madeireiros, garimpeiros e fazendeiros que causam desmatamento e tentam se apoderar das terras. Segundo a organização, lideranças indígenas locais sido ameaçadas nesse processo.

Para comentar o assunto, a Sputnik Brasil entrevistou o cientista político e pesquisador da UERJ, Maurício Santoro, que é ex-assessor da Anistia Internacional.

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"Essa iniciativa faz parte de um contexto de uma preocupação internacional muito grande com a situação da Amazônia brasileira. Isso está relacionado com o aumento do desmatamento na região e também ao modo como esse desmatamento está vinculado a conflitos envolvendo povos indígenas, garimpeiros, fazendeiros", explica o pesquisador em entrevista à Sputnik Brasil.

Santoro aponta que a Amazônia é um foco de atenção internacional e acredita que esse seja o principal problema diplomático do governo brasileiro atualmente.

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O pesquisador também enfatiza que a Anistia Internacional tem se debruçado sobre as tensões na região amazônica. Santoro lembra que além dos povos indígenas, a região registra mortes de líderes comunitários.

"É um problema histórico no Brasil. E há levantamentos da Comissão da Pastoral da Terra, da Igreja Católica, de que algo em torno de metade dos assassinatos por disputa de terra no Brasil acontecem na Amazônia. É um cenário muito tenso", diz.

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Santoro também recorda que a disputa na região está muito ligada à riqueza mineral do solo amazônico e que há importantes documentos sobre a questão desde a Ditadura Militar.

"Talvez o documento mais importante que a Comissão da Verdade tenha descoberto nessa época foi o chamado relatório Figueiredo que era um relatório de um procurador da República, ainda durante o período da Ditadura, mas de alguém que tinha se indignado com o que estava acontecendo e fez uma investigação muito profunda dessas violações dos direitos dos povos indígenas", afirma.

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O pesquisador relata que há diversos tipos de ameaças e violações na região que não ganham a devida notoriedade, uma vez que há pouca representação indígena no Congresso brasileiro.

"Quase sempre são ameaças de morte feitas no contexto de disputas locais. Disputas pelo controle da terra, disputas envolvendo às vezes mineração ou acesso a uma fonte de água. Às vezes elas envolvem autoridades governamentais, mas às vezes é o prefeito da cidade, às vezes é alguém no âmbito ali da polícia", explica.

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Para Santoro, esses casos poderão ter espaço com uma nova plataforma da Anistia Internacional com foco a dar visibilidade a esses tipos de violações na região.

"É muito difícil que essas denúncias locais acabem ganhando uma repercussão mais forte na imprensa brasileira como um todo ou mesmo na imprensa internacional. Por isso a importância também da atuação de organizações como a Anistia Internacional ou também ambientalistas. Porque elas muitas vezes são as aliadas com quem os povos indígenas podem contar na hora de difundir todas essas mensagens e dar publicidade a essas ameaças que eles sofrem", aponta.

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