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Pesquisadores repudiam PM na USP e atacam reitor

Ao de policiais no campus herana da ditadura militar - cravam acadmicos; eles acusam Joo Grandino Rodas de adotar medidas violentas; alunos marcam nova assembleia para depois do feriado

Pesquisadores repudiam PM na USP e atacam reitor (Foto: Divulgação)
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Diego Iraheta_247 - Um grupo de 43 pesquisadores da Universidade de São Paulo atribui a crise recente ao ranço de ditadura militar que persiste na USP. Em nota, os acadêmicos condenam a ocupação do campus pela Polícia Militar e a ação que levou à prisão de 73 estudantes, na terça-feira, 8. Os professores e estudiosos também atacam o reitor João Grandino Rodas, que, na avaliação deles, está adotando medidas violentas em sua gestão - o que impede a efetiva participação dos integrantes da comunidade universitária nos processos decisórios dentro da USP.

"O que está em jogo é a incapacidade das autoritárias estruturas de poder da universidade de admitir conflitos", criticam os pesquisadores. Entre as medidas consideradas autoritárias, estão: a interferência do governo estadual no processo de escolha do reitor, a manutenção do regime disciplinar de 1972 e a ausência de eleições representativas na USP. De acordo com os acadêmicos, João Grandino é "laureado pela ditadura militar".

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Os alunos convocaram greve na semana passada, mas uma pequena parcela da instituição foi atingida pela decisão. Estão de braços cruzados estudantes de pelo menos três cursos: Filosofia, Letras e Comunicação. O Diretório Central dos Estudantes da USP convida todos a participarem de uma nova assembleia depois do feriado - no dia 17 de novembro, às 18h30, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.

Leia a nota dos acadêmicos na íntegra:

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Nós, pesquisadores da Universidade de São Paulo auto-organizados, viemos por meio desta nota divulgar o nosso posicionamento frente à recente crise da USP.

No dia 08 de novembro de 2011, vários grupamentos da polícia militar realizaram uma incursão violenta na Universidade de São Paulo, atendendo ao pedido de reintegração de posse requisitado pela reitoria e deferido pela Justiça. Durante essa ação, a moradia estudantil (CRUSP) foi sitiada com o uso de gás lacrimogêneo e um enorme aparato policial. Paralelamente, as tropas da polícia levaram a cabo a desocupação do prédio da reitoria, impedindo que a imprensa acompanhasse os momentos decisivos da operação. Por fim, 73 estudantes foram presos, colocados nos ônibus da polícia, e encaminhados para o 91º DP, onde permaneceram retidos nos veículos, em condições precárias, por várias horas.

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Ao contrário do que tem sido propagandeado pela grande mídia, a crise da USP, que culminou com essa brutal ocupação militar, não tem relação direta com a defesa ou proibição do uso de drogas no campus.

Na verdade, o que está em jogo é a incapacidade das autoritárias estruturas de poder da universidade de admitir conflitos e permitir a efetiva participação da comunidade acadêmica nas decisões fundamentais da instituição. Essas estruturas revelam a permanência na USP de dispositivos de poder forjados pela ditadura militar, entre os quais: a inexistência de eleições representativas para Reitor, a ingerência do Governo estadual nesse processo de escolha e a não-revogação do anacrônico regimento disciplinar de 1972.

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Valendo-se desta estrutura, o atual reitor, não por acaso laureado pela ditadura militar, João Grandino Rodas, nos diversos cargos que ocupou, tem adotado medidas violentas: processos administrativos contra estudantes e funcionários, revistas policiais infundadas e recorrentes nos corredores das unidades e centros acadêmicos, vigilância sobre participantes de manifestações e intimidação generalizada. 

Este problema não é um privilégio da USP. Tirando proveito do sentimento geral de insegurança, cuidadosamente manipulado, o Governo do Estado cerceia direitos civis fundamentais de toda sociedade. Para tanto, vale-se da polícia militar, ela própria uma instituição incompatível com o Estado Democrático de Direito, como instrumento de repressão a movimentos sociais, aos moradores da periferia, às ocupações de moradias, aos trabalhadores informais, entre outros. Por tudo isso, nós, pesquisadores da Universidade de São Paulo, alunos de pós-graduação, mestres e doutores, repudiamos o fato de que a polícia militar ocupe, ou melhor, invada os espaços da política, na Universidade e na sociedade como um todo.

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