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PML: Fachin é aprovado após jornada gloriosa

"Embora a oposição tenha feito o possível para transformar a sabatina de Luiz Fachin num comício fora de hora e de lugar, a aprovação de seu nome só foi possível porque o candidato ao STF colocou-se acima do jogo baixo dos adversários e fez uma apresentação de alto nível na Comissão de Constituição e Justiça do Senado", afirma o jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; após 12 horas de debates, o jurista foi aprovado pelos membros da CCJ da Casa por 20 votos a 7 na noite desta terça (12); segundo PML, após o desempenho que exibiu ontem, ficou difícil negar que tenha méritos para integrar o plenário do STF — "o que pode tornar bastante penoso o esforço dos adversários para arrebanhar votos contra sua nomeação"

"Embora a oposição tenha feito o possível para transformar a sabatina de Luiz Fachin num comício fora de hora e de lugar, a aprovação de seu nome só foi possível porque o candidato ao STF colocou-se acima do jogo baixo dos adversários e fez uma apresentação de alto nível na Comissão de Constituição e Justiça do Senado", afirma o jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; após 12 horas de debates, o jurista foi aprovado pelos membros da CCJ da Casa por 20 votos a 7 na noite desta terça (12); segundo PML, após o desempenho que exibiu ontem, ficou difícil negar que tenha méritos para integrar o plenário do STF — "o que pode tornar bastante penoso o esforço dos adversários para arrebanhar votos contra sua nomeação" (Foto: Roberta Namour)
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por Paulo Moreira Leite

Candidato ao STF fez uma demonstração rara de coerência e lembrou o velho princípio de que um juiz precisa, acima de tudo, ser imparcial. Nada mais atual

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Embora a oposição tenha feito o possível para transformar a sabatina de Luiz Fachin num comício fora de hora e de lugar, a aprovação de seu nome só foi possível porque o candidato ao STF colocou-se acima do jogo baixo dos adversários e fez uma apresentação de alto nível na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Após 12 horas de debates, leões da oposição, como Aloizio Nunes Ferreira e Ronaldo Caiado, que abriram os trabalhos tentando transformar a sabatina numa audiência pública de tom inquisitorial, o que teria impedido qualquer debate produtivo, tiveram de retirar-se exaustos e vencidos.

A batalha decisiva será travada na semana que vem, quando o plenário do Senado aprova — ou não — a indicação de Facchin. Mas a lição de ontem foi proveitosa por várias razões.

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Ao falar de sua história de vida e de suas convicções, Facchin mostrou que conhece fundamentos do Direito e que tem o que dizer sobre o momento atual da Justiça brasileira.

Também respondeu de forma convincente à acusação de que, quando procurador do Estado, desrespeitou a legislação do Paraná ao aceitar um trabalho como advogado a serviço de uma causa privada. Explicou, detalhadamente, que essa atividade era compatível com as regras vigentes no momento em que prestou concurso para o serviço público — e que essa visão foi confirmada por todas autoridades consultadas a respeito, a começar pelos organizadores do concurso, onde foi aprovado em primeiro lugar, aliás. Também deixou claro, com exemplos capazes de envergonhar seus críticos e oponentes, que sua declaração de apoio a Dilma em 2010 foi parte de uma atividade política que já incluiu apoio a diversos políticos, boa parte deles tucanos — como os ex-governadores José Richa, do Paraná, e Mário Covas, de São Paulo, e ainda Gustavo Fruet, prefeito de Curitiba e um dos principais microfones do PSDB na CPI da AP 470. Mas ele soube fazer isso de forma discreta, sem assumir uma posição defensiva, na posição de quem fazia a gentileza de esclarecer oponentes mal-informados. Como se isso não bastasse, o apoio do senador Alvaro Dias, um dos campeões de denúncia contra o PT na casa, contribuiu para elevar sua cota de credibilidade.

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Entrando no ponto substancial da sabatina, que consiste em definir como pretende cumprir a tarefa de ministro do STF caso venha a ser nomeado, Fachin foi preciso. Lembrou e repetiu, com frequência para ninguém ter dúvidas, que o traço fundamental de um magistrado deve ser a imparcialidade.

Com a cautela de quem jamais iria citar nomes nem mencionar casos concretos — chegou a dizer que não iria fazer comentários sobre a AP 470 alegando que não estudara o caso com o devido cuidado — mas estava disposto a fixar um princípio, ele tocou num assunto que tem toda atualidade numa conjuntura na qual magistrados são aplaudidos na rua e na mídia por assumir o papel de segunda voz da acusação. Isso já ocorreu com Joaquim Barbosa na AP 470 e repete-se agora com Sérgio Moro na Lava Jato.

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Com um sorriso irônico nos lábios, Fachin deu uma definição precisa daquilo que muitos comentaristas chamam de “consciência de juiz.” Esclareceu que, em sua opinião, “a consciência de um juiz” é a própria ordem jurídica, afirmação bem vinda num país onde, em 2012, era comum ouvir ministros do STF dizendo que a “Constituição é aquilo que o Supremo diz que ela é.” Na mesma linha, o ministro lembrou a importância dos demais poderes da República, sublinhando a importância do Congresso como expressão da vontade popular. Numa conjuntura na qual procura-se colocar o Judiciário no centro das decisões políticas, Fachin lembrou que a democracia é construída pelo convívio harmônico — sublinhou a palavra — entre os poderes.

Luiz Fachin saiu da sabatina muito maior do que entrou. Apresentado como um simples teleguiado que o Planalto tentava emplacar no Supremo de qualquer maneira, despediu-se como um jurista de conhecimentos eruditos, pontos de vista amadurecidos longamente, que formam um todo que conversa entre si. Após o desempenho que Facchin exibiu ontem, ficou difícil negar que tenha méritos para integrar o plenário do STF — o que pode tornar bastante penoso o esforço dos adversários para arrebanhar votos contra sua nomeação.

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