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Procurador da Lava Jato critica indicação de Aras e diz que Bolsonaro não entende seu "papel institucional"

Ao ser questionado se o atual governo tem cumprido a promessa de enfrentamento à corrupção, o ex-procurador da Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima tentou poupar Sergio Moro, criticou "ingerência" e afirmou que Bolsonaro não entende seu “papel institucional”

(Foto: Reuters | PR)
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247 - O procurador e ex-coordenador da Lava Jato Carlos Fernando dos Santos Lima criticou a indicação de Jair Bolsonaro para a chefia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Augusto Aras. 

Para ele, a escolha de nome fora da lista tríplice é uma “reação coordenada” e classifica a decisão como “retrocesso total” para o que ele chama de combate à corrupção. 

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"Escolher um PGR (procurador-geral da República) fora da lista, a aprovação das mudanças na Lei de Abuso de Autoridade pelo Congresso, a mutilação do pacote anticorrupção de Moro, a tramitação de projetos que limitam a colaboração premiada, o silêncio completo sobre o fim do foro privilegiado, as abusivas decisões monocráticas de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal, tudo a indicar uma reação coordenada contra o combate à corrupção", afirma.

Carlos Lima diz que Bolsonaro que subordinar o MP e a Polícia Federal. “A simples concordância com a absurda decisão do ministro Dias Toffoli em suspender as comunicações do Coaf e Receita Federal já demonstra a incapacidade de Bolsonaro em compreender a posição que ocupa. Agrava ainda seu desejo em interferir na Superintendência de Polícia Federal do Rio de Janeiro, indicador que pretende subordinar o interesse público ao seu interesse particular, compreensível, mas irrelevante, de proteger o filho”, afirmou Carlos Lima em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

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Ao ser questionado se o governo Bolsonaro tem cumprido a promessa de enfrentamento à corrupção, Carlos Lima tentou poupar Sergio Moro e criticou o que chamou de "ingerência" na Polícia Federal, sobre mudanças no Coaf, sobre o Caso Queiroz e disse que a Lava Jato vive seu pior momento. Para ele, Bolsonaro não entende seu “papel institucional”.

"Quando se observa a atuação do ministro da Justiça, Sergio Moro, isoladamente, especialmente no seu início, havia a impressão que o presidente Bolsonaro não seria somente um surfista na onda anticorrupção que tomou o País a partir de 2013. Entretanto, por mais que se reconheça a competência e disposição de Moro, talvez motivado por uma incapacidade de Bolsonaro de compreender seu papel institucional, seja por este não desejar realmente o combate à corrupção, seja por temer as investigações sobre seu filho, o atual governo não vem realmente realizando a promessa de campanha", disse.

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A afirmação de Carlos Lima é contraditória, já que em entrevista à GloboNews, em agosto, o procurador considerado como um dos principais e mais agressivos líderes da Lava Jato, admitiu que Bolsonaro era o candidato preferido da operação e que o PT era visto como inimigo por Moro e os procuradores. "É evidente que, dentro da Lava Jato, dentro desses órgãos públicos, de centenas de pessoas, existem lava-jatistas que são a favor do Bolsonaro", afirmou. "Naturalmente, na Lava Jato, muitos entenderam que o mal menor era Bolsonaro", disse.

Agora, ao jornal Estado, Carlos Lima criticou os políticos, de quem diz não esperar um “espírito republicado. Ele também não poupou críticas à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que deve deixar o cargo em 17 de setembro. 

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Leia a entrevista completa no jornal O Estado de S. Paulo.

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