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Brasil

Reza e protesto pela morte de Duvanier Paiva

Amigos celebram missaem homenagem aosecretrio de Recursos Humanos do Ministrio do Planejamento, morto na quinta aps no conseguir atendimento mdico em hospitais de Braslia; ministra de Planejamento, Miriam Belchior, pede punio suposta omisso de socorro

Reza e protesto pela morte de Duvanier Paiva (Foto: Andressa Anholete/247)
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Naira Trindade e Maryna Lacerda _Brasília247 – O clima de tristeza e indignação tomou conta da Catedral de Brasília no início desta quarta-feira (25). Amigos e servidores do Ministério de Planejamento assistiram com tristeza a missa de sétimo dia do secretário de Recursos Humanos Duvanier Paiva Ferreira, que morreu de infarto na quinta-feira (19) depois de não conseguir atendimento médico em dois hospitais particulares da Asa Sul. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, abriu a celebração religiosa lamentando a perda de Duvanier e cobrando punições severas aos hospitais, caso seja comprovada a omissão de socorro. Após a cerimônia, funcionários fizeram um protesto silencioso segurando faixas em frente à catedral. Eles também pedem mais rigor no cumprimento da lei para que casos de negligência não se repitam.

A família de Duvanier está em São Paulo, onde será sepultado o corpo dele, e não participou da cerimônia celebrada pelo padre George Albuquerque, em Brasília. Ao final da missa, uma mensagem escrita pelo deputado federal pernambucano Pedro Eugênio ressaltou a importância de Duvanier à sociedade. Os familiares vão participar da missa de sétimo dia às 20h, na Igreja Bom Jesus Pirapora (Igreja do Piraporinha), que fica na Rua Francisco Bento 66, Estada do M’ Boi Mirim. Casado com a assistente social Cássia Gomes, Duvanier deixa quatro filhos, com idades entre 13 e 27 anos. Duvanier completaria 57 anos no próximo dia 6 de fevereiro.

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Inconformados com a omissão de socorro nos hospitais privados de Brasília, colegas de trabalho do respeitado secretário de Recursos Humanos carregaram faixas para chamar atenção das autoridades brasileiras. A servidora do Ministério de Planejamento Rosilan Jaques, que trabalhava com Duvanier desde 2008, repudiou a cobrança de cheque-caução nas duas unidades de saúde. “É um desrespeito às leis que já existem no país.” Nas faixas, uma mensagem questionada: “Cheque ou vida? Injustiça.” Eles também pedem celeridade nas investigações feita pela Secretaria de Desigualdade Racial. Isso porque foi cogitado a hipótese de Duvanier, que era negro, não ter sido atendido nos hospitais por racismo. A apuração não está concluída.

O presidente do Sindicato dos Técnicos do Banco Central (SinTBacen), Antônio Maranhão, lamentou a morte do secretário que por várias vezes colaborou nas negociações salariais da categoria. O mesmo lamentou a diretora do Sindireceita Silvia Helena Alencar. “Duvanier foi um marco no Planejamento. Existe grande diferença na gestão anterior e depois que ele entrou (em 2007)”, relatou. O presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), Gil Gilberto, lembrou das negociações entre 2007 e 2008 para aumentar os salários dos professores e alegou que o secretário vai deixar saudade aos colegas.

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Investigações

A Polícia Civil do Distrito Federal investiga a negligência no atendimento médico nos hospitais Santa Lucia e Santa Luzia. Ambos teriam se recusado a atender o secretário, que estava com sintomas de dores nas costas, porque não fazem atendimento pelo plano de saúde Geap. As duas unidades de saúde teriam pedido cheque-caução para poder examinar Duvanier. Exigir qualquer garantia para atendimento é crime e deve ser denunciado por meio de boletim de ocorrência em uma delegacia de polícia.

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Após a denúncia, o Hospital Santa Luzia se pronunciou alegando que o secretário não esteve na emergência da unidade de saúde. No entanto, conforme reportagem do Correio Braziliense, a esposa de Duvanier, Cássia Gomes, aparece no vídeo entrando às pressas na emergência. Ela entrou uma vez e perguntou algo à recepcionista e saiu. Minutos depois, Cássia retornou rapidamente com mais questionamentos à atendente e saiu novamente sem voltar mais. O vídeo não tem som. O reconhecimento à polícia foi feito por um amigo da família, uma vez que os parentes ainda estão em São Paulo. Procurado, o hospital ainda não se pronunciou sobre a acusação.

A denúncia de negligência levou a presidente Dilma Rousseff a pedir que se investiguem todas as circunstâncias e que os culpados tenham “punições exemplares”. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, quer ainda que os hospitais expliquem porque os atendentes estão orientados a pedir pagamento antes que os pacientes sejam examinados por um médico. Para confirmar se houve o pedido de cheque-caução, a delegada Alessandra Figueiredo, da Delegacia do Consumidor (Decon), ouviu depoimentos de três funcionários do Santa Luzia na terça-feira (24). Outros três do Planalto também prestaram depoimento. Já o delegado chefe-adjunto da 1ª Delegacia de Polícia, Johnson Kenedy, é responsável pelo inquérito que investiga a morte.

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Indiciados

Os donos dos hospitais Santa Lucia e Santa Luzia só podem ser indiciados por homicídio culposo se houver provas que os liguem diretamente à morte do secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva. Nesse caso, quem cuidará do processo será a Pró-Vida, e não a Promotoria de Direito do Consumidor. Mas, caso os promotores avaliem que o processo deve ser analisado pela Promotoria de Direito do Consumidor, os donos das unidades de saúde vão responder apenas por omissão de socorro.

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