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Sarney dá lição de generosidade em FHC

A generosidade é uma forma de poder; conceito pouco praticado entre os políticos brasileiros vai sendo ministrado pelo senador e acadêmico José Sarney ao ex-presidente Fernando Henrique; no governo do tucano, ele ficou politicamente isolado, foi enganado em eleição para a presidência do Senado e teve a filha Roseana perseguida pela Polícia Federal; apesar disso, Sarney lançou, sustentou e guiará FHC pelos salões da Academia Brasileira de Letras como imortal; homenagem que coroa biografia

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247 - O ex-presidente José Sarney está dando uma lição de estilo e comportamento ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O pano de fundo é a eleição para a cadeira número 36 da Academia Brasileira de Letras, vaga com a morte do acadêmico João de Scantimburgo. Nesta quarta-feira 27, Fernando Henrique apresenta sua Carta de Candidatura à eleição a ser realizada dentro de um mês. O faz com tudo pronto e arranjado para uma vitória consagradora, sem adversários, articulada nos mínimos detalhes pelo mesmo Sarney que FHC isolou politicamente em seu governo, enganou numa eleição para presidente do Senado e no qual Roseana Sarney, filha do ex-presidente maranhense, foi perseguida pela Polícia Federal a ponto de desistir de sua candidatura à Presidência da República.

Como é adequado a um poderoso, o acadêmico Sarney está sendo generoso. Exerce na coordenação da eleição de FHC para a ABL uma qualidade quase nunca praticada pelos políticos brasileiros. Mas que também é uma atribuição dos que têm poder.

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A notícia de que a cadeira 36 da ABL ficará vaga colheu Sarney e Fernando Henrique na mesma mesa, onde jantavam ao lado da acadêmica Nélida Piñon no restaurante La Casserole, no centro de São Paulo. Recebida a notícia por ela, que a comunicou à mesa, Sarney imediatamente convidou Fernando Henrique e Nélida para um reservado e, ali mesmo, pediu um acordo a FHC, seu ex-adversário, o homem que havia lhe prometido apoio para a eleição de presidente do Senado, em 1994, para depois, sem explicações retirar em benefício de Renan Calheiros, para aceitar a candidatura que ele próprio iria começar a articular.

Com a aquiescência de Fernando Henrique, em cujo governo Roseana Sarney, filha única do ex-presidente maranhense, foi alvo de pesada investigação da Polícia Federal em seu comitê de campanha, Sarney tratou de limpar todo o terreno. Não importou, para ele, que Roseana fora levada a desistir de sua candidatura presidencial, em 2002. Nem que, antes, fora passado politicamente para trás pelo presidente. Relevou. Considerou mais importante fortalecer a ABL com a presença do novo integrante e, a ele, aos 81 anos de idade, prestar mais uma grande homenagem. Polêmico, com sua atitude Sarney mostrou que ser generoso também é ser poderoso.

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