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Brasil

Se relação piorar, Mourão pode derrubar Bolsonaro, diz cientista político

De acordo com o professor do departamento de ciência política da UFMG, Thiago Coacci, a relação entre o presidente Jair Bolsonaro e seu vice Hamilton Mourão nunca foi das melhores; denúncias contra a família do presidente podem azedar de vez o pacto, já desgastado, entre os companheiros de chapa e podem levar Mourão a oferecer a cabeça de Bolsonaro para a opinião pública, se credenciando como herói nacional

Se relação piorar, Mourão pode derrubar Bolsonaro, diz cientista político (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil )
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William De Lucca, 247 – A péssima relação entre o presidente Jair Bolsonaro (PLS) e seu vice Hamilton Mourão (PRTB) já não é segredo para ninguém. Grupos que apoiam ambos se entrincheiram na defesa do capitão reformado do Exército ou do general reformado, e as rusgas entre ambos correm pelos bastidores de Brasília e, muitas vezes, ganham destaque na imprensa.

Mas até onde pode chegar o acirramento entre os companheiros de chapa? Para especialistas, Mourão pode decidir puxar o tapete de Bolsonaro, caso a relação entre ambos se deteriore ainda mais.

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De acordo com o professor do departamento de ciência política da UFMG, Thiago Coacci, a relação entre os dois nunca foi boa. Mourão foi escolhido de última hora, após o presidente ter sido preterido por nomes como o ex-senador Magno Malta (PR), o deputado federal Phillipe Bragança (PSL) e a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL).

“A escolha acabou calhando, porque Mourão tem um perfil bastante distinto do Bolsonaro. Por mais que o Bolsonaro tente se vender como candidato do exército, é sabido que ele não tão bem visto pelas forças armadas. Ao menos, não pela elite dos mlitares”, diz o professor.

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Ele lembra que o presidente teve mais força entre o baixo clero do Forças Armadas, enquanto Mourão, general reformado, é uma figura mais palatável a essa elite do exército. Parte do conflito advém desta diferença.

“A figura do Bolsonaro foi se alterando ao longo do tempo, aprendendo quais discursos e pautas tinham mais apelo popular, entrando em uma pauta liberal. Entra também a aproximação com os Estados Unidos, o discurso contrário as pautas de direitos humanos e principalmente essa questão da luta contra a suposta ideologia de gênero. Dificilmente essas sejam pautas que o Mourão e a elite do exército sequer estejam preocupados”, explica Coacci.

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Golpe de Mourão

Os próximos passos da relação entre Bolsonaro e Mourão são difíceis de prever, visto que a conjuntura política no Brasil passa por momento de mudanças constantes. Entretanto, o professor de Ciência Política acredita que, se os escândalos com a família do presidente seguirem ganhando corpo.

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“Isso afeta a imagem do governo como um todo, incluindo o Mourão e as forças armadas. Se a coisa feder muito, há chances do Mourão tentar se desvincular disso e uma das formas é cortar a cabeça do Bolsonaro e se pintar de herói contra a corrupção que corta até a própria carne se para isso for necessário”, avalia Coacci, ressaltando que outros cenários são possíveis, mas que um golpe por parte do vice não pode ser descartado.

Institucionalidade em risco

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Enquanto o desgaste entre presidente e vice se amplia, quem sofre é o país, já que as idas e vindas de opinião e posicionamento geram estabilidade e insegurança, o oposto do que a institucionalidade presidencial deveria produzir.

“As decisões presidenciais costumam ter efeitos grandes e ainda irradiar por diversas instituições por todo o país Uma ida e vinda de uma decisão, por exemplo, pode custar muito dinheiro, pode desgastar relações políticas e comerciais com outros países, isso sem falar na vida concreta de algumas pessoas que podem ser afetadas diretamente”, diz o professor.

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Ele lembra de exemplos concretos disso nos primeiros dias da gestão Bolsonaro, como a decisão de mudar a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, criticada por Mourão e pelos militares, que vetaram a medida. A mudança de posição causou prejuízo a frigoríficos que foram cortados da lista de exportadores regulamentados pela Arábia Saudita, em resposta ao posicionamento brasileiro.

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