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Brasil

Sistema de distribuição de vacinas no Brasil é falho, diz especialista

No ano de 2018, ainda no governo do presidente Michel Temer (MDB), seu ministro da Saúde Ricardo Barros decidiu fechar a central nacional responsável pela logística de distribuição de vacinas no país

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Sputnik - O serviço de distribuição de vacinas no Brasil é falho. Há mais de duas décadas ele era feito a partir da cidade do Rio de Janeiro pela Central Nacional de Armazenagem e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi), mas se decidiu terceirizá-lo e contratar uma empresa privada em São Paulo para tomar conta do serviço, conforme reportagem publicada pela Folha.

A escolhida foi a VTCLog, do grupo Voetur, responsável agora por receber, armazenar e controlar a distribuição de todas as vacinas, soros, medicamentos, praguicidas, kits para diagnóstico laboratorial e outros insumos do Ministério da Saúde, incluindo os da COVID-19.

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A Cenadi era diretamente subordinada ao governo. Além de controlar o estoque, o órgão também monitorava a entrada de imunobiológicos adquiridos pelo país no exterior

A Sputnik Brasil conversou com o médico Gonzalo Vecina Neto, fundador e primeiro diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, que comentou o que representou para o sistema de distribuição de vacinas no Brasil a extinção da Cenadi.

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"Existe algumas contradições. A VTCLog foi uma empresa criada por funcionários que trabalhavam na distribuição do Governo Federal, que passaram para o setor privado, abriram uma empresa e acabaram sendo contratados pelo Ministério da Saúde para fazer a distribuição. O 'cheiro' desse tipo de ação não é bom, é um 'cheiro' ruim! Parece uma dupla porta", avaliou o especialista.

Ele disse que terceirizar uma atividade é uma ação muito comum na administração pública, principalmente nos setores de limpeza, segurança, onde há contratação de mão de obra pouco qualificada em uma frequência muito alta.

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"No caso dessa atividade de armazenamento e distribuição, faz o meio do caminho, é uma atividade que as empresas usualmente terceirizam hoje, todas as grandes empresas farmacêuticas têm toda essa área de logística terceirizada, e as coisas funcionam como um relógio. É uma tradição na indústria farmacêutica de grande porte a terceirização dessa logística", disse Vecina.

Mas ele lembra que terceirizar não é ter mais compromisso com aquela atividade: "Com certeza terceirizar implica em transferir para um terceiro realizar uma atividade que não é fim para você, porém exige que você continue gerenciando o terceirizado. Tem que ter capacidade de acompanhar 100% das atividades", continuou o especialista.

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Segundo ele, uma pergunta a ser feita é que se o pessoal que trabalhava para o governo foi para a iniciativa privada, quem agora controla a terceirização no setor público?

"Não existe terceirização sem fiscalização e quem faz fiscalização é quem entende daquilo que foi terceirizado. Então, apesar de não ter nenhum problema de pronto, essa terceirização feita em 2018 tem um 'cheiro' ruim de negociata", finalizou o também professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

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