“Sistema penitenciário é o home office dos criminosos”, diz Jungmann
Para o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o sistema prisional brasileiro é dominado por facções criminosas; "O sistema penitenciário não está nas mãos do Estado brasileiro e sim nas mãos das grandes quadrilhas. O Brasil talvez seja o único país no mundo em que as grandes quadrilhas foram criadas dentro do sistema penitenciário", disse o ministro
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247 - Para o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o sistema prisional brasileiro é dominado por facções criminosas. "O sistema penitenciário não está nas mãos do Estado brasileiro e sim nas mãos das grandes quadrilhas. É o home office dos grandes criminosos, que comandam de suas celas ações criminosas no país e no exterior. O Brasil talvez seja o único país no mundo em que as grandes quadrilhas foram criadas dentro do sistema penitenciário", disse ele em entrevista ao portal UOL.
"A prisão é um local de segregação e de isolamento. Como é que se explica que entra essa quantidade de armas num local como este? Como se explica essa quantidade de celulares (507), de drogas (1.101), de televisores (201)?. Essa responsabilidade é do sistema prisional, sem a menor sombra de dúvidas", disse o ministro.
Agentes das Forças Armadas encontraram, em 2017, quase 11 mil "armas brancas e objetos perfurantes" durante inspeções em 31 presídios do país. Essas unidades abrigam 22,9 mil presos, o que indica que um em cada dois detentos tem acesso a objetos perfurantes.
Jungmann reafirmou que há acordos entre o crime organizado e funcionários do sistema prisional. Segundo Jungmann, agentes penitenciários e policiais militares vendiam pistolas e facas para chefes da facção criminosa FDN (Família do Norte), responsável pela morte de 56 presos durante o chamado massacre de Manaus.
O ministro defende a medida tomada pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública de restringir o direito de visita íntima nos presídios federais. "É preciso acabar com visitas íntimas em presídios e monitorar as visitas de parentes e advogados, ressalvando o direito de defesa dos condenados."
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