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STF deverá recuar de afastamento de parlamentar, decisão que beneficia Aécio

para reduzir a tensão com o Congresso, o plenário do STF deverá decidir na próxima quarta-feira que não cabe à corte a adoção de eventuais medidas cautelares contra parlamentares, como o afastamento de suas atividades legislativas, segundo a agência Reuters; decisão, que deverá ser tomada por uma maioria apertada, terá repercussão direta no caso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), afastado novamente da Casa na terça-feira da semana passada em julgamento na 1ª Turma do STF

para reduzir a tensão com o Congresso, o plenário do STF deverá decidir na próxima quarta-feira que não cabe à corte a adoção de eventuais medidas cautelares contra parlamentares, como o afastamento de suas atividades legislativas, segundo a agência Reuters; decisão, que deverá ser tomada por uma maioria apertada, terá repercussão direta no caso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), afastado novamente da Casa na terça-feira da semana passada em julgamento na 1ª Turma do STF (Foto: Paulo Emílio)
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Ricardo Brito, Reuters - Numa tentativa de reduzir a tensão com o Congresso, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deverá decidir na próxima quarta-feira que não cabe à corte a adoção de eventuais medidas cautelares contra parlamentares, como o afastamento de suas atividades legislativas, conforme duas fontes do STF disseram à Reuters.

A decisão do tribunal, que deverá ser tomada por uma maioria apertada, terá repercussão direta no caso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), afastado novamente da Casa na terça-feira da semana passada em julgamento na 1ª Turma do STF.

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Após a posição da 1ª Turma, o Senado ensaiou entrar em confronto com o Supremo ao votar, em plenário, um requerimento para reverter a medida. Mas os presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e do STF, Cármen Lúcia, entraram em campo na busca de uma solução para o impasse.

A articulação em curso foi colocar na pauta do plenário do STF uma ação direta de inconstitucionalidade, movida por três partidos políticos, que discute se é legal ou não o Poder Judiciário afastar parlamentares ou propor outras medidas cautelares contra eles sem o aval de uma das Casas Legislativas.

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Cármen conseguiu que o relator do caso, Edson Fachin, liberasse esse processo para julgamento e, ato contínuo, a presidente do Supremo incluiu-o na pauta do próximo dia 11.

A maior reclamação do Congresso é que não há previsão na Constituição para que parlamentares sejam afastados dos seus mandatos. O texto constitucional só se refere a manifestações da Câmara ou do Senado no caso de prisão em flagrante de deputado ou senador por crime inafiançável.

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Segundo duas fontes, no momento, haveria cinco votos contabilizados em plenário para que o Congresso tenha a palavra final sobre medidas cautelares: Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello. Por outro lado, a favor da última posição ser do Supremo outros quatro votos tidos como certos, o relator Edson Fachin, Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux.

O decano Celso de Mello e Cármen Lúcia são tidos como votos mais incertos, mas a tendência, segundo as fontes, é que eles votem para deixar a última manifestação com o Congresso para esses casos. Uma das fontes avalia que a presidente do STF está empenhada em tentar distensionar o clima beligerante entre as duas instituições.

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Ainda assim, o Senado tem dado sinais de que, se o plenário do Supremo não rever a decisão da 1ª Turma, poderá descumprir o determinado. A Casa pautou para daqui a duas semanas, dia 17, a votação do afastamento de Aécio. "Se a posição do Supremo for manter, é natural que o Congresso delibere", avisou Eunício na quarta-feira.

Em outra frente, o Senado enviou nesta quinta-feira um novo parecer no processo do Supremo que será julgado para defender que é ilegal a adoção pela Justiça de medidas cautelares contra parlamentares. Essa posição difere da que os senadores tinham apresentado no ano passado.

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TEMPERANÇA

À Reuters, o ministro Marco Aurélio disse que é ilegal o afastamento cautelar de parlamentares pelo Judiciário. Foi ele quem há pouco mais de dois meses revogou o afastamento anterior de Aécio do mandato, determinado pelo colega Edson Fachin após a deflagração da operação Patmos, fase da operação Lava Jato que teve como base a delação de executivos da J&F.

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"Se o Senado poderia rever uma prisão em flagrante, algo muito mais grave, pode rever uma medida alternativa, que é o afastamento", disse o ministro do STF.

Marco Aurélio não quis arriscar um placar para o julgamento, afirmando que o plenário do Supremo tem tomado decisões muito surpreendentes e citou a decisão desta semana de julgar a possibilidade de que pessoas concorram a cargos eletivos sem serem filiados a partidos políticos, as chamadas candidaturas avulsas.

O ministro do STF, contudo, espera que qualquer que seja a decisão da corte haja um respeito a ela. "A decisão, prevalecendo bom direito, se torna importantíssima, agora é claro que as instituições precisam funcionar, com muita temperança, mas com rigor na aplicação", destacou.

Outro ministro do Supremo, que preferiu falar sob a condição do anonimato, afirmou que o resultado final, qualquer que seja a circunstância, será dado pelo Congresso.

Ele disse que, mesmo se o STF decidir na quarta-feira que a decisão sobre afastamento é da corte, os parlamentares se articulam para aprovar uma proposta que deixa claro na legislação que o Poder Judiciário não pode determinar qualquer medida cautelar contra um deputado ou senador sem o aval do Poder Legislativo.

"As pessoas decidiram se havia gasolina no tanque acendendo o fósforo. Acho que é importante saber que há limites entre os Poderes", afirmou. "É uma luta inócua e com grandes implicações constitucionais", completou.

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