Submisso a Trump, governo Bolsonaro teme derrota de Trump em eleições dos EUA
A mentalidade entreguista e a postura submissa do governo Bolsonaro nas relações com os Estados Unidos levam auxiliares do presidente a temerem a derrota de Donald Trump. Eles consideram que isto abalaria os fundamentos da atual política externa brasileira
247 - O governo de Jair Bolsonaro está preocupado com a possibilidade de seu guru, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, ser derrotado nas eleições presidenciais.
A vitória do democrata Joe Biden é vista no Palácio do Planalto como o fim do principal alicerce da atual política externa do Brasil e uma ameaça de isolamento internacional.
Reportagem dos jornalistas Ricardo Della Coletta e Gustavo Uribe na Folha de S.Paulo revela que auxiliares de Jair Bolsonaro consideram que a eleição de Biden submeteria o governo brasileiro a uma tensão inédita nas áreas de meio ambiente e de direitos humanos e tornaria insustentável a permanência de Ernesto Araújo no Itamaraty.
Assessores militares de Bolsonaro chegam ao ponto de sugerir que ele reduza os elogios públicos a Donald Trump.
Avalia-se no Palácio do Planalto que uma eventual derrota de Trump seria definidora para a política internacional de Bolsonaro. As únicas áreas que o governo brasileiro considera que não sofreriam alterações nas relações entre os dois maiores países das Américas caso os democratas vençam seriam as pressões para conter a influência da China no país e a resistência à abertura do mercado americano para produtos agrícolas brasileiros.
Há um consenso crítico entre esses auxiliares de Bolsonaro em relação do chefe do Itamaraty, Ernesto Araújo: ele comanda uma estratégia de afinidade ideológica com Trump que não contempla um plano B. A continuidade da política implementada por Araújo depende da reeleição de Trump.
Supõe-se, assim, que a vitória de Joe Biden poderia resultar na demissão do atual ministro brasileiro das Relações exteriores.