Temer veta redução de áreas de preservação, mas é criticado por ambientalistas
O veto de Michel Temer às medidas provisórias 756 e 758 que previam a redução de limites da Floresta Nacional de Jamanxim e do Parque Nacional de Jamanxim, áreas de preservação no Oeste do Pará foi criticado por ambientalistas; para o especialista em Políticas Públicas da WWF-Brasil, Jaime Gesisky, a medida de Temer é um falso veto e que as áreas da Floresta Amazônica continuam em risco
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Da Sputnik Brasil
Após pressão de entidades ambientalistas no Brasil, Michel Temer vetou nesta segunda-feira (19), as medidas provisórias 756 e 758 que previam a redução de limites da Floresta Nacional de Jamanxim e do Parque Nacional de Jamanxim, áreas de preservação no Oeste do Pará.
Se forem aprovadas pelo Senado, essas medidas colocam em risco quase 600 mil hectares, sendo 486 mil hectares da Floresta Nacional do Jamanxim, e mais de 101 mil hectares do Parque Nacional de Jamanxim para abrir espaço para a construção da ferrovia Ferrogrão, paralela à BR-163 (que liga Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, a Santarém, no Pará).
A área onde se localiza Jamanxim tem sido palco de frequentes conflitos fundiários e de atividades ilegais de extração de madeira e minérios, associadas à grilagem de terra e à ausência de regramento ambiental, causando aumento da criminalidade e da violência contra agentes públicos na região.
Uma dessas entidades que vem lutando contra as Medidas Provisórias é a ONG Ambientalista WWF-Brasil — World Wide Found for Nature ("Fundo Mundial para a Natureza") que enviou carta ao Presidente Michel Temer pedindo o veto dos projetos de lei e fez uma petição na internet destinada ao presidente em uma campanha pelo veto às medidas que ameaçam a floresta amazônica.
Em entrevista exclusiva para a Sputnik Brasil, o especialista em Políticas Públicas da WWF-Brasil, Jaime Gesisky criticou que a medida de Temer é um falso veto e que as áreas da Floresta Amazônica continuam em risco.
"Fomos surpreendidos no final da tarde deste domingo com o anúncio do ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, que gravou um vídeo informando que o presidente vetaria a medida provisória 756, que trata da floresta nacional de Jamanxim", disse o ambientalista.
Segundo ele, as áreas continuam correndo risco.
"Ele veta com uma mão e com a outra ele devolve a responsabilidade para o Congresso Nacional de fazer uma lei que oficializaria a redução da área protegida. Ou seja, a floresta continua correndo risco. De acordo com o plano do governo, este novo projeto de lei vai manter o mesmo estrago", alertou Gesisky.
O ativista da WWF lamentou que a postura do presidente seja de defender o meio ambiente no exterior e de agir de modo contrário na política interna.
"Ele vai na contramão de tudo aquilo que ele prometeu internacionalmente. Ele chega fórums internacionais do clima e da biodiversidade e se compromete em aumentar a área protegida da Amazônia, reduzir o desmatamento e as emissões de gás carbono. Mas internamente, para atender aos interesses nada republicanos, ele faz exatamente o contrário", disse o especialista.
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