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Tijolaço: omissão de Ciro é um tiro no pé e ele sai menor para 2022

"Toda a argumentação que usou para condenar o que sustentava ser o exclusivismo, o egoísmo, a teimosia do PT em manter uma candidatura que ele dizia fadada à derrota e responsável pela vitória da direita a ele se aplica e, pior, na votação decisiva, não numa pré-classificação de candidatos", diz o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço

Tijolaço: omissão de Ciro é um tiro no pé e ele sai menor para 2022 (Foto: Nacho Doce - Reuters)
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Por Fernando Brito, do Tijolaço - Ciro Gomes volta ao Brasil amanhã, ao que se promete.

Terá 24 horas para manter, presente, a sua ausência do processo eleitoral de segundo turno.

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É provável que declare voto em Fernando Haddad mas, a esta altura, é improvável que – exceto por uma virada de última hora, pouco provável, ainda que possível – algum louro recolha disto.

Até porque será, ao que se tem visto da atuação dos “Gomes” uma declaração cheia de senões e rancores.

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Não é preciso mais que o bom-senso do leitor e da leitora para ver que o adversário faz, a esta altura, das exigências críticas e de “autocríticas” material de sua própria campanha.

Toda a argumentação que usou para condenar o que sustentava ser o exclusivismo, o egoísmo, a teimosia do PT em manter uma candidatura que ele dizia fadada à derrota e responsável pela vitória da direita a ele se aplica e, pior, na votação decisiva, não numa pré-classificação de candidatos.

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E isso numa eleição que, como escreve Eliane Brum, no El País,”em que um candidato tem um projeto democrático e o outro nega a própria democracia”. Brum, nunca uma petista, desenha o panorama de anões cívicos.

A reação da maioria dos candidatos derrotados no primeiro turno é mais uma mostra da fragilidade da democracia brasileira. Ciro Gomes, Marina Silva e Geraldo Alckmin envergonharam a si mesmos e traíram a confiança de seus eleitores. Apoiar o único projeto democrático do segundo turno deveria ser imperativo ético, não opção. Como políticos e cidadãos, deveriam estar fazendo campanha desde o dia seguinte ao primeiro turno, lado a lado. Mágoas, disputas, cálculos, tudo isso deveria estar adiado diante do risco de Bolsonaro ser eleito no domingo.

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Os principais políticos do país, que poderiam e deveriam mostrar grandeza, se revelaram tragicamente aquém do momento histórico. Fernando Henrique Cardoso despencou da própria biografia. O Brasil descobriu-se à beira do abismo sem um único estadista. Não há nem mesmo um político de expressão capaz de botar as necessidades do país acima das suas. Parecem todos adultos infantilizados, fantasiando seu rancor e suas picuinhas com palavras sofisticadas.

Se temos alguma chance, ainda, de vencer a ameaça fascista é porque é sensivelmente crescente a rejeição dos brasileiros a um projeto autoritário, já revelado nos rosnados fascistas que partem do ex-capitão, não à liderança dos que, como democratas, deveriam colocar a defesa da liberdade e dos direitos da população acima de eventuais interesses eleitorais.

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Sim, é importante, desejável, vital  mesmo que Ciro, antes tarde do que nunca, lance um apelo induvidoso pelo voto em Haddad.

Mas, a esta altura, com tantos apelos que Haddad lhe fez até para co-governar o país, restem intactos o que foram os traços de usa imagem pública: a coragem e a capacidade de ser sincero, sempre.

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