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Veja aborda caixa dois para tentar virar o jogo no STF

Reportagem de capa da revista semanal, sobre o "rei dos laranjas" Adir Assad, que teria movimentado R$ 1 bilhão, recebidos de empreiteiras como Delta Engenharia e Andrade Gutierrez, para disfarçar propinas pagas a diversos políticos, visa convencer ministros do Supremo Tribunal Federal de que a proibição às doações privadas fará explodir o caixa dois; revista alega que, sem o dinheiro de grandes empresas na política, será impossível combater a hegemonia do PT, o que seria uma "calamidade"; há, no entanto, uma contradição: sistema atual, que permite doações, não impediu caixa dois bilionário, como aponta a própria revista

Reportagem de capa da revista semanal, sobre o "rei dos laranjas" Adir Assad, que teria movimentado R$ 1 bilhão, recebidos de empreiteiras como Delta Engenharia e Andrade Gutierrez, para disfarçar propinas pagas a diversos políticos, visa convencer ministros do Supremo Tribunal Federal de que a proibição às doações privadas fará explodir o caixa dois; revista alega que, sem o dinheiro de grandes empresas na política, será impossível combater a hegemonia do PT, o que seria uma "calamidade"; há, no entanto, uma contradição: sistema atual, que permite doações, não impediu caixa dois bilionário, como aponta a própria revista (Foto: Sheila Lopes)
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247 - O ativismo político da revista Veja produziu mais uma capa. Neste fim de semana, a principal reportagem da revista semanal da Editora Abril, assinada pelos repórteres Alana Rizzo, Daniel Pereira e Rodrigo Rangel, é dedicada ao empresário paulista Adir Assad, que seria o "rei dos laranjas".

De acordo com a reportagem de Veja, Assad teria recebido cerca de R$ 1 bilhão de grandes empreiteiras, emitindo notas fiscais de empresas que, em tese, seriam subcontratadas por elas, sem prestar os serviços. O motivo seria simples: por meio de Assad, as empreiteiras disfarçariam as propinas e as doações ilegais feitas a políticos.

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Nesse esquema, os principais doadores seriam a Delta Engenharia, do empresário Fernando Cavendish, que teria transferido R$ 440 milhões para Adir Assad, a Andrade Gutierrez, de Sergio Andrade, que teria destinado R$ 110 milhões, e a Galvão Engenharia, de Dario Galvão, com R$ 62 milhões.

A reportagem de Veja, no entanto, não aponta os beneficiários. Apenas insinua que o caso contribuiu para enterrar a CPI do Cachoeira, porque atingiria o governo de Sergio Cabral, no Rio de Janeiro, o PMDB fluminense, o PT paulista e diversos partidos.

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Nesse sentido, a reportagem entrega menos do que promete na capa, quando anuncia: "O rei dos laranjas - Como Adir Assad ajudou grandes empresas brasileiras a repassar 1 bilhão de reais em propinas a políticos e caixa dois de campanhas eleitorais".

Ou seja: quem tiver a ilusão de encontrar os beneficiários do esquema das empreiteiras, não os encontrará na reportagem de Veja.

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No entanto, ela foi publicada com destaque porque tem outra finalidade: ajudar a virar o jogo, no Supremo Tribunal Federal, na ação proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil contra o financiamento privado de campanhas políticas. Quatro ministros – Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso – já votaram contra doações de empresas.

A reportagem de Veja termina com um pequeno editorial a respeito. "A engenharia financeira comandada pelo empresário não é um caso isolado no país. São variados, e multipartidários, os esquemas de pagamento de propina e financiamento ilegal de campanhas. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar uma ação direta de inconstitucionalidade, ajuizada pela OAB, que pretende proibir a doação de empresas a partidos e candidatos. À primeira vista, o recurso é meritório", diz o texto.

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Em seguida, Veja prevê efeitos colaterais e prejuízos de natureza política para a oposição. "A restrição à doação legal tende a reforçar as doações por fora e semear o terreno para o surgimento de novos Assad. A mudança vai privilegiar duplamente o PT. Se for instalado o financiamento público de campanha, o partido, por ter a maior bancada federal, receberá a maior parte do bolo (...) uma democracia sem oposição viável e sem perspectiva de alternância de poder é uma calamidade".

Resumindo: a capa com o "rei dos laranjas" é apenas um apelo de Veja aos sete ministros do STF que ainda não votaram para que virem um jogo até agora perdido por quatro a zero.

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PS: A edição de Veja desta semana também traz a Carta ao Leitor sobre o tema. No texto, Eurípedes Alcântara, diretor de redação da revista, afirma que a proibição às doações privadas revela preconceito ideológico do STF em relação ao setor privado. No entanto, o que explica tanto a reportagem como o editorial é o temor de que a oposição, especialmente o PSDB, não tenha meios para enfrentar o PT, num sistema sem o peso do dinheiro privado.

(leia ainda o artigo "República das empreiteiras?")

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