Vice-presidente dos Brics: crise política 'exarcebou' situação econômica
Vice-presidente do banco dos Brics, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o economista Paulo Nogueira Batista Júnior, afirma que a atual crise brasileira é "uma combinação de fatores econômicos e políticos, internos e externos"; para ele, no entanto, "os problemas fiscais nem de longe justificam a retórica que circula a respeito"; "Houve até comparações com a Grécia, o que é um absurdo manifesto. Mas, é claro, o dissenso político interno exacerbou de maneira grave a situação econômica e gerou crise de confiança", disse; para o economista, a crise política ameaça a democracia
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247- Vice-presidente do banco dos Brics, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o economista Paulo Nogueira Batista Júnior, afirma que a atual crise brasileira é "uma combinação de fatores econômicos e políticos, internos e externos". Para ele, no entanto, "os problemas fiscais nem de longe justificam a retórica que circula a respeito ("tragédia" fiscal, "colapso" das contas públicas)".
"Houve até comparações com a Grécia, o que é um absurdo manifesto. Mas, é claro, o dissenso político interno exacerbou de maneira grave a situação econômica e gerou crise de confiança", disse.
Para o economista, a crise política ameaça a democracia. "Nos anos mais recentes, estamos falhando em matéria de desenvolvimento e a crise política ameaça, no meu entender, a democracia. Quando a disputa política ultrapassa certos limites, ela pode colocar em risco o respeito às regras da democracia, inclusive o respeito ao resultado de eleições", diz.
Ele defende ainda que é preciso combinar o ajuste fiscal com uma agenda de crescimento —o que deve incluir a diminuição dos juros e a ampliação do crédito. "O ajuste fiscal deve preservar os investimentos prioritários e as políticas sociais", diz.
Sobre as críticas à linha desenvolvimentista, ele declara: "Com o desenvolvimentismo dos governos Lula e Dilma se promoveu uma grande inclusão social no país, provavelmente sem precedentes. E o Brasil foi mais independente na sua política externa do que em períodos anteriores".
A entrevista na íntegra aqui.
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