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(Vídeo) Flávio Dino: 'autoridades se dedicaram a matar Marielle Franco mesmo depois do crime'

"Até hoje é como se houvesse um homicídio por dia", disse o ministro sobre a forma como apoiadores da extrema-direita, principalmente, veem o assassinato da ex-vereadora

Marielle Franco e Flávio Dino (Foto: Reprodução | José Cruz/Agência Brasil)

247 - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, criticou nesta segunda-feira (13) a maneira como autoridades políticas, principalmente da direita bolsonarista, interpretaram o assassinato da ex-vereadora da cidade do Rio de Janeiro (RJ) Marielle Franco (PSOL), morta por integrantes do crime organizado em março de 2018. De acordo com o titular da pasta, políticos e eleitores que apoiaram Jair Bolsonaro (PL), tentaram prejudicar a imagem da ex-parlamentar mesmo depois do assassinato.  

"O que foram os 10 últimos anos da política brasileira? A hegemonia do ódio, de 2013 a 2023. Marielle foi assassinada e, no dia seguinte, políticos e autoridades do Poder Judiciário, entre outros, dedicaram-se a matá-la novamente. E até hoje é como se houvesse um homicídio por dia", afirmou durante o seminário Liberdade de Expressão, Redes Sociais e Democracia, na Fundação Getulio Vargas (FGV).

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Em fevereiro, o titular da pasta determinou que a Polícia Federal instaure um inquérito para investigar "todas as circunstâncias" do assassinato de Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes.

Em março de 2018, atiradores efetuaram os disparos contra a então vereadora em um lugar sem câmeras na região central do município do Rio. Antes do crime, eles haviam perseguido o carro onde ela estava por cerca de três a quatro quilômetros. 

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Marielle era ativista de direitos humanos. Fazia denúncias contra a violência policial nas favelas e criticava a atuação de milícias. 

Dois ex-policiais militares foram presos. Um deles foi Ronnie Lessa, que morava no mesmo condomínio de Jair Bolsonaro (PL) no Rio e, segundo as investigações, deu os tiros que mataram Marielle. O outro detido foi Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos e que, de acordo com as apurações, dirigia o carro no momento do crime. Queiroz também chegou a aparecer em uma foto com Jair Bolsonaro, que teve o seu rosto cortado na imagem.