Vitória de Biden pode mudar discurso bolsonarista em política externa
A iminente vitória de Joe Biden nos Estados Unidos tira do presidente Jair Bolsonaro seu principal aliado de extrema direita na arena mundial e pode levar o governo brasileiro fazer algumas correções na política externa
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247 - Diplomatas experientes avaliam que Jair Bolsonaro poderá fazer alguns ajustes em sua política externa, embora não se possa esperar uma guinada.
Segundo diplomatas ouvidos pela Reuters, Bolsonaro terá que baixar o tom da crítica aos democratas - chamados de “comunistas” por muitos de seus apoiadores - porque não é viável uma relação de conflito aberto com o governo da maior potência mundial.
“O Brasil nunca criticou abertamente um governo americano, seja em governos de direita ou de esquerda. Isso simplesmente não se faz”, disse um diplomata, na condição de anonimato.
Apesar de manter clara sua preferência pela reeleição de Trump, nesta sexta-feira (6), Bolsonaro já admitiu que Trump “não é o homem mais importante do mundo”.
Fontes ouvidas pela Reuters admitem que temas como fim do multilateralismo e ataques à globalização, sempre presentes no discurso do chanceler Ernesto Araújo, não farão nenhum sucesso com um governo democrata.
O próprio chanceler, que já escreveu um artigo em que dizia que Trump era o único capaz de salvar a cultura ocidental, pode ser uma baixa na tentativa do governo brasileiro de estabelecer algum diálogo com um governo Biden.
Alguns aliados de Bolsonaro colocam a substituição do chanceler como uma medida necessária para iniciar uma relação mais pragmática com um governo democrata. Bolsonaro, no entanto, tende a resistir a imposições pragmáticas do tipo, especialmente pelo fato de Araújo ter a amizade de seus filhos.
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