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Zaffaroni: decisão que arquivou acusação contra Moro é um “escândalo jurídico”

Em artigo no jornal argentino Página 12, Eugênio Raúl Zaffaroni, ex-ministro da Suprema Corte, classificou como "escândalo jurídico" a decisão do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4) que arquivou o processo que apurava o vazamento deliberado pelo juiz Sérgio Moro das conversas entre Dilma e Lula em um dos processos da Lava Jato; ação de Moro em divulgar as provas sigilosas para o Jornal Nacional foi relevada e o processo foi arquivado pelo Tribunal por 13 votos a 1; o relator do caso, desembargador federal Rômulo Pizzolatti, usou da exceção para argumentar que as questões da Lava Jato "trazem problemas inéditos e exigem soluções inéditas"

Em artigo no jornal argentino Página 12, Eugênio Raúl Zaffaroni, ex-ministro da Suprema Corte, classificou como "escândalo jurídico" a decisão do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4) que arquivou o processo que apurava o vazamento deliberado pelo juiz Sérgio Moro das conversas entre Dilma e Lula em um dos processos da Lava Jato; ação de Moro em divulgar as provas sigilosas para o Jornal Nacional foi relevada e o processo foi arquivado pelo Tribunal por 13 votos a 1; o relator do caso, desembargador federal Rômulo Pizzolatti, usou da exceção para argumentar que as questões da Lava Jato "trazem problemas inéditos e exigem soluções inéditas" (Foto: Romulo Faro)
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Justificando - Em artigo publicado no jornal argentino Página 12, Eugenio Raúl Zaffaroni, ex-ministro da Suprema Corte, professor emérito da Universidade de Buenos Aires e um dos maiores penalistas do mundo, classificou como "escândalo jurídico" a decisão do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4) que arquivou o processo que apurava o vazamento deliberado pelo Juiz Federal Sérgio Moro das conversas entre Dilma e Lula em um dos processos da Operação Lava-Jato.

A conduta de Moro em divulgar as provas sigilosas para o Jornal Nacional da Rede Globo foi relevada e o processo foi arquivado pelo Tribunal por 13 votos a 1. O relator do caso, desembargador federal Rômulo Pizzolatti, usou da exceção para argumentar que as questões da Lava Jato "trazem problemas inéditos e exigem soluções inéditas".

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No artigo publicado, Zaffaroni manifestou assombro com a decisão. Como explica, "a excepcionalidade foi o argumento legitimador de toda inquisição ao largo da história, desde à caça às bruxas até nosso dias, passando por todos os golpes de Estado e as conseguintes ditaduras".

O jurista lembrou a trajetória de Carl Schmitt, filósofo jurídico do período nazista, que desenvolveu sua teoria com base no poder sobre a exceção para legitimar o poder de Hitler e destruir a Constituição Alemã (Constitição de Weimar) – "Assim, Carl Schmitt destruiu a Constituição de Weimar hierarquizando suas normas e argumento que o princípio republicano permitia, em situações excepcionais, ignorar todas as demais normas".

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Zaffaroni ainda afirmou que decisões como essa escondem um revanchismo político por integrantes de carreiras políticas – "Infelizmente, encontramos um revanchismo exercido sob a legitimação de discursos com muito baixo nível de desenvolvimento: como no julgamento brasileiro, dá a impressão de que ele se exibe sem tentar a menor dissimulação".

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A divulgação pelo magistrado para o Jornal Nacional da TV Globo da conversa entre a então Presidenta Dilma e o ex Presidente Lula sobre sua nomeação para o cargo de ministro da Casa Civil causou profundo impacto político.

O Jornal abordou durante todo tempo o conteúdo da fala, levando pessoas a ocuparem a Avenida Paulista por 38 horas, além de causar uma intensa movimentação na mídia sobre a nomeação ao cargo, a qual durou menos de uma tarde, uma vez que o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, suspendeu os efeitos da posse.

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Na época, o Justificando entrevistou o Professor da Universidade de Roma, Pierluigi Petrillo, que também ficou espantado com a conduta do magistrado.

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