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Coronavirus

Como funciona o primeiro teste genético do mundo que diagnostica o novo coronavírus

Desenvolvido por pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein, o exame é baseado na tecnologia de Sequenciamento de Nova Geração (Next Generation Sequencing - NGS), que consiste na leitura de pequenos fragmentos de DNA para a identificação de doenças ou mutações genéticas

CNPq pede ao governo e Congresso recomposição do orçamento (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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Da Agência Einstein - Pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, desenvolveram o primeiro teste do mundo de diagnóstico do novo coronavírus baseado em Sequenciamento de Nova Geração (Next Generation Sequencing - NGS) com 100% de especificidade – ou seja, não apresenta casos de falso-positivo. Sua precisão é equivalente à apresentada pelo método convencional, o RT-PCR, porém com a vantagem de permitir a realização simultânea de até 1536 amostras, totalizando um volume de processamento 16 vezes maior do que o possível pelo método RT-PCR, tido como padrão ouro. 

A tecnologia NGS consiste na leitura de pequenos fragmentos de DNA para a identificação de doenças ou mutações genéticas. A grande inovação desenvolvida pelos especialistas do Einstein foi ter adaptado o método para detectar RNA, a outra molécula biológica que, junto com o DNA, compõe o material genético de todos os seres vivos. Como diversos tipos de vírus, o Sars-Cov-2 possui apenas RNA. Protegida intelectualmente por meio do Sistema Internacional de Patentes nos Estados Unidos, a inovação representa um grande avanço no combate à pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o Sars-Cov-2. 

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O teste deverá estar disponível para a rotina de operação diagnóstica no Einstein neste mês. Veja abaixo como ele é feito:

1. Coleta da amostra

Ela é feita por meio de hastes flexíveis estéreis chamadas de swab em contato com a região nasal ou saliva, como no RT-PCR. 

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2. Extração do material genético 

Em seguida, parte-se para a obtenção do material genético do vírus, o RNA, um processo que leva menos de 30 minutos. Para isso, são usados reagentes, de acordo com o protocolo desenvolvido pelo Einstein. O protocolo não se vale dos kits convencionais de extração de RNA utilizados para o RT-PCR. Dessa forma, não concorre com o acesso aos mesmos insumos necessários para o RT-PCR. 

3. Amplificação do material genético

Os especialistas recorrem a uma enzima, a transcriptase reversa, para transformar o RNA do vírus em DNA complementar, também chamado de cDNA. É uma fita de DNA obtida no momento da transcrição das informações genéticas, como se fosse uma cópia do original. 

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4. Preparo de biblioteca de sequenciamento 

Nesta etapa, entram os primers universais – em outras palavras, o primer é uma fita simples de DNA que auxilia na amplificação do material genético de interesse em 100 milhões de vezes. 

5. Sequenciamento do DNA 

Aqui, determina-se a sequência de letras que, encadeadas uma depois da outra, compõe o genoma completo do vírus.

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6. Análise dos dados 

É feita em uma ferramenta de bioinformática, o Varstation®, que também foi desenvolvida pelo departamento de Inovação do Einstein. Utiliza-se um pipeline, isto é, uma sequência de instruções computacionais. Este pipeline é composto por um algoritmo de inteligência artificial capaz de identificar os pacientes e os respectivos resultados – se é positivo ou negativo –, que saem em até 72 horas após a coleta do material biológico. É possível analisar 1536 amostras ao mesmo tempo, contra as 96 do RT-PCR. 

Fontes: João Renato Rebello Pinho, patologista e coordenador do Laboratório de Técnicas Especiais do Hospital Israelita Albert Einstein; Murilo Cervato, bioirformata e gerente de Inovação e Ciência de Dados do Einstein e CEO da Varstation.

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