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Congresso quer obrigar Anvisa a aprovar vacinas chanceladas no exterior

Líderes de partidos no Congresso devem discutir nesta terça-feira, 4, a possibilidade de derrubar o veto de Jair Bolsonaro a uma lei votada em fevereiro sobre aprovação de vacinas no Brasil, que permitiu, por exemplo, a rejeição da Sputnik V no País

Congresso quer obrigar Anvisa a aprovar vacinas chanceladas no exterior (Foto: ABr)

247 - Líderes de partidos no Congresso devem discutir nesta terça-feira, 4, a possibilidade de derrubar o veto de Jair Bolsonaro a uma lei votada em fevereiro sobre aprovação de vacinas no Brasil, segundo a revista Crusoé do portal O Antagonista.

O trecho vetado, a pedido do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, dá ao órgão cinco dias para autorizar o uso de vacinas já aprovadas por autoridades estrangeiras.

O veto permitiu, por exemplo, que a agência rejeitasse o uso e a importação da vacina russa Sputnik V na semana passada.

"Ou a Anvisa fez uma descoberta mundial sobre a Sputnik V, ou fez uma barrigada"

O jornalista Breno Altman alertou, nesta segunda-feira, 3, no programa Bom Dia 247, sobre a gravidade do posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, que é bolsonarista, vai depor na CPI da Covid na próxima quinta-feira, 6. 

"Ou a Anvisa fez uma descoberta mundial, que tem que paralisar imediatamente a venda da Sputnik, ou por razões de equívoco e má-fé houve uma barrigada, como se diz o jargão jornalístico", afirmou. "Não há relatório semelhante em outro país que aplica a Sputnik, nem publicação científica que tenha confirmado essa hipótese do vírus replicante", disse.

A Anvisa não recomendou a aplicação da Sputnik V sob o argumento de que a vacina e contém vírus replicante (adenovírus capaz de reprodução, ou RCA), mas não chegou a fazer os testes necessários para barrar a importação do imunizante

A fabricante da vacina Sputnik V afirmou, na quinta-feira, 29, que está iniciando uma reclamação legal por difamação contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil por espalhar informações falsas sobre o imunizante russo.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) pretende apurar na CPI da Covid mais detalhes sobre por que a Anvisa vetou a importação da Sputnik V. 

PT cobra urgência na liberação da vacina Sputnik V

O Partido dos Trabalhadores (PT) cobrou da Anvisa a máxima urgência na liberação da vacina Sputnik V contra a Covid-19. A agência negou a importação do imunizante russo alegando a existência de adenovírus replicante, o que rejeitado pelo Instituto Gamaleya.

Em nota assinada pelo Setorial Nacional de Saúde da sigla, o PT disse que é preciso uma ação proativa da Anvisa. "Trata-se de uma agência de Estado, imprescindível para a saúde dos brasileiros, mas que não pertencente ao governo Bolsonaro ou a qualquer outro", disse o PT.

"É como se as 66 milhões de doses que poderiam ser adquiridas e entregues imediatamente não fizessem falta nenhuma, enquanto a pilha de mortes vai se avolumando em todo o país", acrescentou a nota do partido. 

Governadores decidiram contestar no STF o veto da Anvisa à importação da Sputink V. O primeiro movimento deve ser uma contestação científica, que pode envoluir para uma ação na corte suprema.

Sessenta e três países aprovaram o uso emergencial, incluindo a Argentina, Chile e México. No Brasil, pelo menos 14 governadores e dos prefeitos solicitaram à Anvisa a aprovação do imunizante.

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