Estudo aponta que motoristas, domésticas e pedreiros são as maiores vítimas da Covid-19
Dados demonstram que a mortalidade de Covid-19 é maior entre trabalhadores e trabalhadoras mais pobres, que, em muitos casos, são caracterizados pela informalidade e pela impossibilidade do trabalho remoto. 6,5% das mortes foram de trabalhadores não essenciais, que continuaram exercendo suas atividades
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247 - De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Pólis com base em dados da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, empregadas domésticas, pedreiros e motoristas de táxi e aplicativo estão entre as atividades ocupacionais que mais registram mortes por Covid-19 na cidade de São Paulo, entre março de 2020 e março deste ano.
O estudo mostra que 37,8% das pessoas que morreram estavam empregadas no mercado de trabalho, e que das mais de 30 mil mortes registradas, 23,6 mil (76,7%) não completaram 11 anos de estudo.
Segundo os autores do estudo "Trabalho, território e Covid no município de São Paulo", em reportagem da revista Agora São Paulo, os dados demonstram que a mortalidade por Covid-19 é maior entre os trabalhadores e trabalhadoras mais pobres, que, em sua maioria são informais, se viram obrigados a continuar trabalhando durante a pandemia sem possibilidade de atuar de forma remota.
Os dados tabulados revelam que ao menos 960 profissionais mortos por Covid-19 são do agrupamento transporte e tráfego. Destes, ao menos 78,7% são taxistas ou motoristas de aplicativo.
Empregadas e empregados domésticos mortos, totalizam 2,4%. O grupo é composto, em sua maioria, por mulheres (90,8%) e negras (53,6%). Já no setor da construção civil, a maior parte de mortes foi registrada entre pedreiros, com 33% do total. Apenas 10,6% foram engenheiros. "Em tese os engenheiros têm um nível de exposição melhor, pela formação e padrão de renda, geral ou pelo fato de ter ensino superior”, afirmam os autores.
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