CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Coronavirus

Ministério da Saúde admite que mentiu no Twitter sobre compra de 560 milhões de doses

O Ministério da Saúde admitiu ter divulgado informações equivocadas em peças publicitárias nas redes sociais e na imprensa sobre a contratação de 560 milhões de doses de vacina contra a Covid-19. "Foram contratadas 281.023.470 doses a serem fornecidas pelas instituições públicas e privadas mencionadas acima", disse a pasta comandada por Marcelo Queiroga

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Caroline Oliveira, Brasil de Fato | São Paulo (SP) - O Ministério da Saúde divulgou informações equivocadas em peças publicitárias nas redes sociais e nos veículos de imprensa sobre a contratação de 560 milhões de doses de vacina contra a covid-19. Na realidade, a pasta admite agora que comprou apenas metade deste montante.

A informação veio após um requerimento de informação solicitado pelo deputado federal Gustavo Fruet (PDT-PR), por meio do qual pediu a elucidação das informações contidas nas propagandas. "Houve a efetiva compra/negociação de 560 milhões de doses ou apenas o indicativo de intenção de compra?", indagou o deputado Fruet no requerimento.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Em resposta, o ministério informou que os registros mostram que os contratos firmados totalizam 281.023.470, quase 300 milhões de doses a menos do que o informado oficialmente.

Nas propagandas anteriores, a pasta afirmava nas redes sociais que “a luta contra a covid-19 continua: foram compradas mais de 560 milhões de doses de vacinas. Em abril, a previsão é vacinar mais de um milhão de pessoas por dia. Enquanto isso, os cuidados devem continuar. Brasil imunizado. Somos uma só nação. Ministério da Saúde. Governo Federal".

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Na resposta ao requerimento do deputado, a pasta chefiada por Marcelo Queiroga também informa que "outras 281.889.400 doses estão em fase de negociação", mas sem acordo de compra estabelecido. 

"Como destacado em sede de resposta, pode-se afirmar que das 572.912.870 doses destinadas para atendimento das ações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19, já foram contratadas 281.023.470 doses a serem fornecidas pelas instituições públicas e privadas mencionadas acima", corrigem.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

De acordo com a pasta, das doses já adquiridas, 100 milhões são da Coronavac, 100 milhões da Pfizer, 38 milhões da Janssen, 20 milhões da Covaxin, 12 milhões da Astrazeneca e 10 milhões da Sputnik V. Das doses que ainda estão em fase de negociação, 210 milhões de doses são de Oxford/Astrazeneca, 30 milhões da Sinovac, 41 milhões por meio do consórcio Covax Facility e 13 milhões da farmacêutica Moderna.

Brasil na busca por excedentes 

Com a quantidade de doses insuficiente para iniciar uma campanha de vacinação em massa e, assim, barrar o avanço da pandemia, agora o Brasil corre atrás dos excedentes de doses de outros países, como Estados Unidos e Reino Unido, que contam com excedentes significativos.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Os EUA têm aproximadamente 60 milhões de doses produzidas pelo laboratório AstraZeneca, mas que ainda não foram destinadas à população local e também não receberam aprovação das autoridades sanitárias estadunidenses. A exportação, inclusive, depende desta aprovação.

De acordo com relatos obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo, até agora o Brasil conseguiu apenas a sinalização de que será considerado na hora da seleção dos destinatários da exportação. "À medida que essas doses estiverem disponíveis, os EUA decidirão os locais para onde elas serão enviadas​", afirmou a embaixada estadunidense em Brasília.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Na última terça-feira (4), o presidente Joe Biden afirmou que até o dia 4 de julho pretende enviar 10% das doses excedentes para outras nações e indicou que o Brasil pode estar na lista.

O mesmo movimento foi feito em relação ao Reino Unido, que nos últimos meses tem sinalizado para a exportação de doses excedentes a iniciativas internacionais como o consórcio Covax Facility, vinculado à Organização Mundial de Saúde (OMS) e que disponibiliza acesso a uma cartela de imunizantes aprovados internacionalmente.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Queiroga também abordou o embaixador da União Europeia, Ignacio Ybáñez, durante um evento da OMS. Na ocasião, o ministro fez um apelo “para aqueles países com doses extras que compartilhem essas vacinas com o Brasil de modo a conter a fase crítica da pandemia e evitar a proliferação de novas variantes".

Vale lembrar que o governo brasileiro recusou 11 ofertas de vacinas desde 2020, sendo seis da Pfizer, três da CoronaVac e duas da Covax Facility.

Eficácia da Pfizer e AstraZeneca

Um estudo realizado pela Agência Coreana de Controle e Prevenção de Doenças (KDCA) revelou que a vacina BNT162b2, produzida em parceria entre a farmacêutica estadunidense Pfizer e o laboratório alemão BioNTech, tem uma eficácia de 89,7% contra infecção por covid-19 após duas semanas a aplicação da primeira dose; e a vacina da AstraZeneca, 86%, em pessoas com 60 anos ou mais.

"Está demonstrado que ambas as vacinas fornecem uma alta proteção contra a doença após a primeira dose. As pessoas devem se vacinar de acordo com o cronograma recomendado, pois a taxa de proteção aumentará ainda mais após uma segunda dose", afirmou a agência à Reuters.

Yoon Tae-ho, funcionário do Ministério da Saúde, afirmou em entrevista coletiva nesta quarta-feira (5) que “cerca de 95% das pessoas que morreram de coronavírus em nosso país eram idosos com 60 anos ou mais, e as vacinas reduzirão drasticamente os riscos para essas pessoas". Ele também afirmou que os efeitos colaterais, como a formação de coágulos sanguíneos, são extremamente raros.

Um outro estudo, da revista científica The Lancet, mostrou que as duas doses da vacina Pfizer/BioNtech proporcionam juntas 95% de proteção contra infecção, internação e morte pela doença.

Entre aqueles com mais de 85 anos, o imunizante protege 94,1% da infecção, 96,9% da hospitalização e 97% da morte por covid. Já entre os adultos de 16 a 44 anos, 96,1% de infecção e 100% de morte.

Mais doses e insumos pelo Instituto Butantan 

O Ministério da Saúde recebe nesta quinta-feira (6), pouco mais de 1 milhão de doses da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan com a farmacêutica chinesa Sinovac. Desde o primeiro envio, ainda em janeiro deste ano, o Butantan já enviou 42,05 milhões de doses ao Plano Nacional de Imunização (PNI). “Os insumos já foram processados, e as doses começam a ser liberadas a partir desta sexta [7] para completar as 46 milhões de doses do primeiro contrato firmado com o Ministério da Saúde”, diz o Butantan em nota.

O Instituto ainda afirmou que está trabalhando para entregar mais 54 milhões de doses para a vacinação dos brasileiros até o dia 30 de agosto, totalizando 100 milhões de doses. Até o dia 15 de maio, um novo carregamento de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), o insumo necessário para a produção das doses, da China.

Vacinação e pandemia no Brasil 

Até às 20h desta quarta-feira (5), 33.404.333 pessoas receberam a primeira dose de vacina, o que representa 15,77% da população brasileira, segundo o último balanço do consórcio de veículos de imprensa. Já a segunda dose foi aplicada em 17.039.463 pessoas, cerca de 8,05% da população. No total, foram aplicadas 50.443.796 doses.

Paralelamente, o Brasil registrou até às 18h desta quarta, 2.811 mortes por covid em 24 horas, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Desde o início da pandemia, são 414.399 vítimas. Em relação ao número de infectados no mesmo período, foram registrados 73.295 novos casos, totalizando 14.930.183. Neste ritmo, portanto, o país está a um dia de registrar 15 milhões de brasileiros infectados.

Inscreva-se no canal Cortes 247 e saiba mais: 

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO