Pessoas recuperadas da Covid-19 correm maior risco de doenças mentais, apontam novos estudos
No estudo americano foram incluídos 153.848 indivíduos contaminados e foram comparados com um grupo similar de pessoas sem a doença
247 - Um estudo feito nos Estados Unidos com base em registros de saúde de cerca de 154 mil pacientes com Covid-19. De acordo com os resultados, publicados na revista BMJ, na última quarta-feira (16), até um ano após a infecção, essas pessoas correm maior risco de serem diagnosticadas com transtornos psiquiátricos. Os relatos foram publicados nesta sexta-feira (18) em reportagem do jornal O Globo.
No estudo norte-americano, os pesquisadores analisaram bancos de dados nacionais de saúde do Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA. Foram incluídos 153.848 indivíduos contaminados e foram comparados com um grupo similiar de pessoas sem a doença. Os participantes tinham, em média, 63 anos de idade e não estavam em tratamento. Também não haviam sido diagnosticados com problemas de saúde mental nos dois anos anteriores à análise.
Segundo o estudo, as pessoas com a Covid eram 39% mais propensas a serem diagnosticadas com depressão e tinham uma probabilidade 35% maior de ansiedade nos meses seguintes à infecção, em comparação com as não infectadas. As pessoas recuperadas da doença eram 38% mais propensas a receberem diagnóstico de transtorno de adaptação e corriam 41% mais risco de distúrbios do sono.
Os pesquisadores também descobriram que os pacientes com Covid eram 80% mais propensos ao desenvolvimento de problemas cognitivos como "névoa cerebral", confusão mental e esquecimento. E tinham propensão 34% maior de desenvolver distúrbios por uso de opióides e 20% mais risco de desenvolver distúrbios por uso de substâncias não opióides, incluindo alcoolismo.
O estudo apontou que, após a Covid-19, as pessoas tinham 55% mais possibilidades de tomar antidepressivos e 65% de utilizar medicamentos anti-ansiedade.
Os dados não sinalizaram que a maioria dos pacientes recuperados da Covid-19 terá transtornos de saúde mental. Somente 4,4% a 5,6% dos participantes foram diagnosticados com depressão, ansiedade ou estresse, e transtornos de adaptação.
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