CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CPI Covid

CPI da Covid requisita segurança para deputado Luís Miranda e irmão

Após conceder entrevista onde apresentou provas de que informou a Jair Bolsonaro pessoalmente sobre a suspeita de corrupção no contrato de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde, a CPI da Covid informou que vai requisitar segurança do deputado federal Luís Miranda e irmão que denunciou o caso

(Foto: Jefferson Rudy)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - O vice-presidente da CPI da Covid no Senado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciou que a comissão vai requisitar segurança para o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), para o irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda e para seus seus familiares, em função das denúncias de corrupção do governo Bolsonaro na compra das vacinas Covaxin. 

Em entrevista à à CNN nesta quarta-feira (23), o parlamentar confirmou ter informado pessoalmente a Bolsonaro sobre a corrupção na compra das vacinas da Covaxin, em 20 de março.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O parlamentar disse ter enviado inicialmente uma mensagem a um “adjunto” de Bolsonaro informando a pressão incomum que seu irmão, o servidor da pasta Luis Ricardo Miranda, estaria sofrendo para fechar um contrato suspeito da compra das vacinas. Os dois irão depor na CPI da Covid na sexta-feira (25).

No mesmo dia - 20 de março, um sábado - o assessor de Bolsonaro propôs um encontro pessoalmente entre eles e Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, por volta de 16h. O parlamentar compareceu à residência oficial da Presidência acompanhado do irmão e da esposa e comunicou o chefe do Planalto sobre os detalhes da negociação, inclusive com documentos.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

De acordo com o servidor Luis Ricardo, as suspeitas se baseavam em alguns elementos: o invoice - nota fiscal para pagamento - estava em nome de uma empresa que não era nem a fabricante da vacina, na Índia (Bharat Biotech), nem a representante legal dela no Brasil (Precisa Medicamentos), mas de uma terceira. Havia também acordos diferentes no contrato inicial e no invoice - como o pagamento antes da entrega das vacinas, no caso do último documento. Durante a entrevista, o deputado apresentou um áudio do irmão com o relato dos pontos.

Na conversa com Bolsonaro, segundo o deputado, o presidente disse que tomaria providências e que levaria o caso ao diretor-geral da Polícia Federal. Depois do encontro na Alvorada, o parlamentar contou ter cobrado o adjunto por mensagens via Whatsapp. Chegou a perguntar se ‘o presidente estaria chateado’ com ele por alguma coisa e depois indagou se o caso havia sido levado adiante.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Vacinas prestes a vencer

No dia 24 de março, quarta-feira, Luis Miranda relatou ter enviado ao assessor uma “informação bastante complicada”. “Além de tudo, as vacinas ainda estavam, segundo o documento que foi encaminhado ao meu irmão, em prazo de vencimento. Venceriam entre abril e maio. Ou seja, a importação, a distribuição e a vacinação da população seria praticamente impossível. Teria que fazer uma mágica”.

“Então eu mandei uma mensagem na quarta-feira dizendo ‘olha, os caras ainda estão mandando vacinas que vencem em abril e maio’. E não tive mais resposta sobre o caso, não sei dizer qual foi dado o prosseguimento, não tive mais contato. Eu até encontrei o presidente recentemente num evento em que eu fui convidado. Falei ‘presidente, preciso falar com o senhor’. E ele me mandou entrar em contato com o chefe de gabinete dele. Eu falo que é urgente, mas nunca mais consegui falar nem com ele nem com nenhum assessor dele sobre o tema. E eu só estou aqui hoje porque estouraram o áudio do meu irmão no MPF”.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O valor do contrato, que envolve a aquisição de 20 milhões de doses da Covaxin, é de R$ 1,61 bilhão. O custo unitário é de US$ 15, o mais alto dentre todas as vacinas adquiridas pelo Ministério da Saúde - no site da Covaxin, a dose da vacina era anunciada a US$ 2. O sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano deveria prestar depoimento à CPI nesta quarta-feira (23), mas a oitiva foi adiada para a semana que vem.O deputado Luís Miranda disse  ainda ter alertado Jair Bolsonaro sobre a pressão de "coronéis" contra o irmão no Ministério da Saúde. Segundo ele, a pressão tinha como objetivo a realização de "um pagamento que estava em descompasso com o contrato" de vacinas. O irmão de Miranda relatou pressão em favor do imunizante Covaxin ao Ministério Público Federal.A CPI da Covid aprovou um requerimento do relator Renan Calheiros (MDB-AL) para convocar os irmãos Miranda, que deporão na próxima sexta.

Inscreva-se no canal de cortes da TV 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO