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Cultura

Drama analisa a mulher na sociedade islâmica

“Nahid: Amor e Liberdade”, da diretora e roteirista Ida Panahandeh, entra nesta seleta lista como um drama doméstico, mas nem por isso com uma mensagem menos universal; apoiada por uma trama em que os conflitos desvelam-se gradativamente aumentando a carga dramática, a produção esmiúça os contrastes e empecilhos impostos à mãe separada Nahid – em uma interpretação vívida da atriz Sareh Bayat (de “A Separação”); em seu projeto sensível, Ida Panahandeh consegue transformar uma história baseada em situações cotidianas em um eficiente suspense dramático; não por acaso esta produção foi vencedora do Prêmio Avenir (ou do Futuro) da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes 2015

Nahid (Foto: Leonardo Lucena)
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SÃO PAULO (Reuters) - Não são poucas as produções que fazem um retrato concreto sobre o papel da mulher na sociedade islâmica, seja como protagonista ou coadjuvante. O politizado “Persépolis” (de Marjane Strapi), o festivo “A Fonte das Mulheres” (de Radu Mihaileanu), o migratório “Três Histórias do Irã” (Ehsan Abdipur) e o celebrado “A Separação” (de Asghar Farhadi), Oscar de melhor filme estrangeiro em 2012, são exemplos de filmes cuja fortaleza está na natureza humana sob os preceitos da fé e da lei.

“Nahid: Amor e Liberdade”, da diretora e roteirista Ida Panahandeh, entra nesta seleta lista como um drama doméstico, mas nem por isso com uma mensagem menos universal. Apoiada por uma trama (assinada também pelo colega Arsalan Amiri) em que os conflitos desvelam-se gradativamente aumentando a carga dramática, a produção esmiúça os contrastes e empecilhos impostos à mãe separada Nahid – em uma interpretação vívida da atriz Sareh Bayat (de “A Separação”).

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A protagonista recém-divorciada batalha para manter uma vida independente de sua família, ao lado do filho adolescente Amir (Milad HosseinPour). No entanto, em vez de pagar o aluguel, compra um sofá novo e não vê problemas em penhorar as jóias de uma amiga desavisada para pagar dívidas. Os fins, portanto, justificam os meios para melhorar a vida do filho.

No entanto, a crescente de tensão desta história está focada nas consequências de sua relação amorosa com o atraente e atencioso Mas’ood (Pejman Bazeghi), de quem fica noiva. Isso porque o ex-marido Ahmad (Navid Mohammadzadeh), um viciado em jogo e drogas, só aceitou a separação e deixou-lhe a guarda do pequeno Amir sob a promessa de que ela permaneceria solteira. As leis do Irã privilegiam a custódia dos filhos ao pai nesses casos, o que deixou Nahid sem outra escolha.

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Neste ponto o filme traz uma questão complexa sobre as leis islâmicas. Como precisa manter sua relação com Mas’ood em sigilo, a escolha do novo casal é submeter-se aos chamados casamentos provisórios, que tem validade de dias ou meses, sem precisar mudar o estado civil nos documentos de identidade. E enquanto eles vivem essa vida um tanto dúbia, tentam assegurar a guarda de Amir.

Em seu projeto sensível, Ida Panahandeh consegue transformar uma história baseada situações cotidianas em um eficiente suspense dramático. Não por acaso esta produção foi vencedora do Prêmio Avenir (ou do Futuro) da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes 2015.

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(Por Rodrigo Zavala, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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