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Cultura

Flávio Vassoler explica "o prazer sádico de oprimir e a origem do autoritarismo na obra de Dostoiévski"

"Quando uma pessoa não tem a quem espoliar, eventualmente, sendo a mais frágil, talvez ela queira aderir a um líder preconceituoso de forma que ela mesma não pode exercer", diz o professor Flávio Ricardo Vassoler esclarecendo como o ciclo de afetos opressores ocasiona a origem de personalidades autoritárias no governo

(Foto: Fiódor Dostoiévski)
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Em entrevista à TV 247, o escritor, professor e youtuber Flávio Ricardo Vassoler destrincha a obra do canônico escritor russo Fiódor Dostoiévski e demonstra como, em meados do século XIX, esse grande romancista havia captado a essência do surgimento de regimes autoritários. Em uma conversa que variou desde a morte da compaixão no Brasil até o engodo do neoliberalismo, a conversa foi recheada de alusões às obras de Dostoiévski e suas diversas conexões com obras de grande renome, como as de Adorno, Hegel e até de Machado de Assis. 

Aos 1:13:00, por exemplo, o professor Vassoler utiliza da personagem de Liza, uma prostituta do livro Memórias do Subsolo, que é sadicamente reprimida por todos, desde as classes dominantes até as subalternas, para exemplificar o ciclo dos afetos, ou seja, o ciclo de repreensões e preconceitos que permeia as relações em uma sociedade regida pelo capital. Falando dessa relação o professor afirma que "a gente percebe que tem um circuito dos afetos em que a espoliação vai de cima para baixo e ela faz com que aquele que está em determinado logradouro, sinta um prazer sádico que vai se reverter contra ele porque ele foi espoliado antes de espoliar". Se utilizando dessa noção, o professor aproveita e explica como membros de uma classe subalterna escolhem se danificar elegendo governantes autoritários que apenas beneficiam as elites: "quando uma pessoa não tem a quem espoliar, eventualmente, sendo a mais frágil, talvez ela queira aderir a um líder preconceituoso de forma que ela não pode exercer [porque] o líder que xinga todos, que passa por cima de todos, pode parecer para ela aquele vingador que faz o que ela não pode fazer". 

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Trazendo da obra de Dostoiévski uma lição sobre a compreensão do ciclo dos afetos, o professor Vassoler diz, aos 1:16:14, que "sem que nós consigamos, individual e coletivamente, ressignificar o circuito dos afetos, a gente está fadado ao retorno do oprimido". Finalizando essa tese, o professor traz uma visão otimista sobre o futuro de nosso país: o sadismo opressor que vivemos no Brasil atualmente "pode trazer uma maturidade maior para nós como nação caso consigamos ressignificar esses problemas todos".

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