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Cultura

"Homem de Ferro 3" pouco empolga, até na ação

Chamado para renovar o brilho do personagem criado há 50 anos, Shane Black consegue extrair quase todo o humor que caracteriza o personagem interpretado por Robert Downey Jr., carregando a história com um excesso de crise existencial, vilões mal-resolvidos e sequências de ação que, quase sem exceção, não empolgam, muito menos são valorizadas pelo 3D

"Homem de Ferro 3" pouco empolga, até na ação (Foto: Divulgação)
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SÃO PAULO, 25 Abr (Reuters) - Franquias cinematográficas baseadas em super-heróis famosos mundialmente costumam dar certo e render milhões. Mas uma mesma doença parece afetá-las no longo prazo: perder a graça e a energia à medida que o tempo passa.

É o que acontece neste "Homem de Ferro 3", em que o cineasta Shane Black, prestigiado roteirista de "Máquina Mortífera" (1987) e diretor de "Beijos e Tiros" (2005), faz uma transição acidentada à fantasia de ação.

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Chamado para renovar o brilho do personagem criado há 50 anos, depois de inspirar dois filmes dirigidos por Jon Favreau (em 2008 e 2010), Black consegue extrair quase todo o humor que caracteriza o personagem, interpretado por Robert Downey Jr., carregando a história com um excesso de crise existencial, vilões mal-resolvidos e sequências de ação que, quase sem exceção, não empolgam, muito menos são valorizadas pelo 3D.

Alguma coisa está muito errada numa história de super-herói em que os melhores diálogos e até algumas das frases mais espirituosas estão na boca do personagem infantil -ponto para o garotinho Harley (Ty Simpkins), sem dúvida, mas sinal de que o enredo deixou a desejar antes de ele entrar na história, o que acontece lá pela metade de seus longos 130 minutos.

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É até muito saudável que se queira criar atrativos para o público feminino, aumentando a participação da namorada do herói, Pepper Potts (Gwyneth Paltrow).

Mas daí a exagerar nas cenas de discussão de relação, como acontece, já é ir longe demais. A chegada de Tony Stark/Homem de Ferro 3 à sua mansão-fortaleza de Malibu até lembra uma situação parecida nas boas e velhas animações de TV "Os Jetsons" ou "Família Dinossauros" -só que, aqui, padecendo de um humor insuficiente, ou que simplesmente não funciona.

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Nesta terceira edição, o Homem de Ferro está tenso, sujeito a ataques de insônia e ansiedade insuportáveis. Para piorar, no seu caminho vão surgir dois vilões - o Mandarim (Ben Kingsley), terrorista internacional que estaria por trás de misteriosas explosões em que não se acham vestígios de bombas; e o excêntrico empresário Aldrich Killian (Guy Pearce), ligado à engenharia genética, e que teve uma passagem no passado de Stark, em 1999.

Enquanto descobre qual é a jogada destes dois malucos, que têm na mira o presidente dos EUA (William Sadler), o herói sofre diversos reveses. Como a destruição de sua casa-bunker por helicópteros, criando uma das poucas sequências de ação que podem acelerar a adrenalina dos fãs da franquia.

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Mesmo estas cenas de ação, que incluem ainda misteriosos vilões inflamáveis, a intervenção em bloco de diversas armaduras criadas por Stark e um sensacional resgate dos passageiros lançados de um avião em pleno ar (talvez a melhor de todas elas), parecem nada mais do que protótipos para a futura utilização em videogames. Falta energia, falta pegada, falta criatividade para realmente o filme ter um bom ritmo.

A frase-clichê que abre e fecha a história -"criamos nosso próprios demônios"- sinaliza que o diretor Shane Black teve a ambição de fazer comentários políticos num enredo que, em algumas passagens, pode levar mesmo a pensar um pouco nos recentes atentados de Boston. Pena que a engenharia cinematográfica que sustentaria tudo foi insuficiente para dar fôlego ao esperado espetáculo.

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(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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