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Cultura

Ignácio de Loyola Brandão lança dois livros

"Acordei em Woodstock" ser lanado pela Global Editora, e "A Morena da Estao" ser publicado pela Moderna

Ignácio de Loyola Brandão lança dois livros (Foto: ANDRé CONTI/AGÊNCIA ESTADO)
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Ignácio de Loyola Brandão é um viajante inveterado - sua energia para descoberta de novas terras parece inesgotável. E, de cada lugar visitado, ele guarda fortes reminiscências, que tanto alimentam sua crônica quinzenal no Caderno 2, do jornal O Estado de S.Paulo, como livros que garantem a eternidade da memória. É o caso de dois lançamentos que chegam agora às livrarias: "Acordei em Woodstock", pela Global Editora, e "A Morena da Estação", pela Moderna.

Ambos tratam de lembranças - o primeiro conta a viagem que Loyola fez com a mulher, Márcia, e um casal de primos para a Nova Inglaterra, Estados Unidos, no final de 2000; e o outro traz saudosas recordações sobre trens, meio de transporte que marcou a infância do escritor, especialmente por conta do fato de o pai ter trabalhado na rede ferroviária, em Araraquara. "Este livro de Woodstock era, a princípio, apenas um diário de viagem. Faço um de cada uma", conta. "Mas este ficou dentro de mim e, à medida que o tempo passava, fui acrescentando detalhes, principalmente das coisas que perdi."

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Durante duas semanas, os viajantes percorreram aquele espaço que é considerado o maior reduto de escritores de sucesso nos Estados Unidos. Na verdade, além da busca de lugares onde viveram, por exemplo, Emily Dickinson, Robert Frost, Herman Melville, Mark Twain, Louisa May Alcott, Loyola e sua trupe queriam conhecer o local onde aconteceram os míticos concertos de rock de Woodstock, em 1969. Afinal, a imagem da jovem linda, que caminhava nua entre milhares de jovens que vestiam jeans e ponchos, não lhe saía da cabeça. O final da história, de tão tragicômica, não pode ser revelado para não estragar a surpresa.

Até chegar lá, no entanto, Loyola conheceu endereços e pessoas que chacoalharam seu imaginário de escritor. "Imagens, inscrições, palavras, rostos, livros, fotos, seja o que for, em determinados momentos me remetem a pontos de minha vida", observa. "Passando por Salem, por exemplo, me vieram Melville, e Moby Dick, um livro que li e reli dezenas de vezes. Há uma baleia branca em minha vida. O que persigo como capitão Ahab? Há algo lá na frente que não sei definir."

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Loyola criou uma sólida reputação como bom observador - suas reminiscências costumam oferecer som, aroma e até a textura dos locais descritos. Ele não cai na armadilha do lugar-comum nem na tentação de apenas exaltar pontos turísticos. Na verdade, Loyola prefere congelar momentos que, se pouco ou nada acrescentam à descrição do espaço, enriquecem como experiência humana.

Loyola não escreve sobre viagens como um substituto para sua autobiografia - seria pretensioso e não combina com sua figura. Em suas diversas jornadas pelo País, convidado por feiras literárias, o autor descobre, na verdade, as diversas facetas do Brasil. Com tantos quilômetros rodados, Loyola desenvolveu técnicas para não ser vítima do esquecimento. Assim, seja qual for o destino, toma notas em cadernetinhas confortáveis, pequenas, discretas, que cabem nos bolsos. E, dependendo da viagem, transfere as anotações para cadernos maiores.

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O material é enriquecido com muitos cartões postais, reproduções de quadros que o impressionam, fotografias. Ele também guarda folhetos, bilhetes, ingresso, programas recortes de jornais e revistas. O passo seguinte é colocar tudo no liquidificador, como gosta de brincar. "Os meus diários são cheios de invenções, de coisas idealizadas, reminiscências do filme Oito e Meio, de Fellini, no qual Guido tem seu plano de idealização, fatos que gostaria que acontecessem na realidade."

O fascínio por trens, aliás, é dominante. Em "A Morena da Estação", que será lançado na sexta-feira no Museu Ferroviário de Araraquara (o lançamento de "Acordei em Woodstock" será na segunda-feira, dia 31, na Editora Global), ele mostra como o cheiro, o barulho, os ruídos das rodas nos trilhos, o apito e o sino quando a composição entrava na estação, enfim, como aquele cenário significava uma fuga da cidade, do seu pequeno mundo. "Você não pode imaginar a atmosfera de uma estação vazia em horas mortas da noite, as pessoas dormindo encostadas nas janelas, eu pensando com o que elas sonham, quem são, de onde vem e para onde vão", fantasia. "Um apito provoca em mim o mesmo que o biscoito de Madeleine despertava em Proust: memória afetiva." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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