Jazz underground

Aline Oliveira e Felipe L. Gonçalves (fotos) _247- A impressão que se tem ao chegar, pela primeira vez, no número 1076 da Rua João Moura, em Pinheiros, é que errou o lugar. Isso porque o endereço em questão leva a um estacionamento, que abriga no fundo do terreno, uma casa underground, decorada com ferros velhos, pedaços de avião, máquinas e bicicletas. 

“Gosto de jazz, e queria ter um espaço, inspirado nas speakeasis (bares clandestinos, que existiam anos 20, em Chigago), no Brasil. Quando cheguei aqui em 2003, havia poucas casas que tocavam jazz em São Paulo”, disse o artista plástico e proprietário Maximo Levy, que é argentino e morou a vida toda na Espanha. “Montei um casa de shows em um estacionamento lá, mas não deu certo e como aluguei aqui para montar meu ateliê, resolvi fazer o Jazz nos Fundos aqui mesmo, em 2006”, completa.

A intenção de Levy à época era atrair um público mais jovem, solteiro e que gosta de sair à noite e ouvir música boa, “não necessariamente eletrônica”, completa. “Aqui ninguém precisa vir arrumado”, completa, citando o clima despojado do local. 

Os shows, de quinta a sábado, começam por volta das 21h30 e são divididos em duas partes. Na primeira, pede-se o máximo de silêncio possível para ouvir as músicas. Já na segunda metade do show, cochichos são liberados e reina o clima de balada – com pessoas em pé, bebendo.

Todas as bandas que se apresentam no Jazz nos Fundos só tocam músicas instrumentais. Além disso, a casa costuma pedir trabalhos personalizados a músicos, formando bandas novas. “Queria um projeto que tivesse Steve Wonder e James Brown, então conversei com alguns profissionais e criamos o Soul Legacy”, conta Levy, referindo-se a uma banda que toca frequentemente no local.

Jazz nos Fundos
Endereço: João Moura, 1076, Pinheiros – São Paulo
De quinta a sábado, das 20h até às 1h30
Entrada: R$25
não aceita cartões

Veja o especial do 247 sobre casas que têm jazz em São Paulo