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Cultura

Jô Soares: a maré da ignorância vai passar, mas é preciso remar forte contra a corrente

"Este é um prêmio de resistência, que não pode acabar porque é o sinônimo de que o teatro é resistência", disse o ator, diretor, escritor e apresentador Jô Soares, de 81 anos, ao ser homenageado pelo Prêmio Shell, um dos mais relevantes na área teatral

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Do Blog Gilberto Pão Doce - Enquanto o obscurantismo governa, um facho de luz foi projetado sobre o palco do Estação São Paulo, no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, na terça, 19, onde um homem visivelmente cansado, voz tênue, a ponto de se apoiar na escadaria onde subiu para ser o grande homenageado da noite, se encheu de brios para nos lembrar que vale a pena resistir. Artistas se reuniam para a entrega dos troféus da 31ª edição do Prêmio Shell, um dos mais relevantes na área teatral, mas no descompasso de um país que não tem mais Ministério da Cultura, com um presidente que tem desprezo pela cultura, que criou um macartismo com base na Lei Rouanet e que vai mudar o Enem, que passará a ter uma análise ideológica por parte de uma comissão. E cujo ministro da Educação, o "olavista" Ricardo Vélez Rodríguez, é investigado por improbidade administrativa por enviar cartas a escolas exigindo que filmassem as crianças perfiladas cantando o Hino Nacional e aprendessem o slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro. Mas um país que tem Jô Soares jamais será órfão. O ator, diretor, escritor e apresentador Jô Soares, de 81 anos, tirou da consciência um discurso de improviso de arrepiar (Veja aqui, perdoando a falta de foco nos primeiros 20 segundos) e foi aplaudido de pé. A palavra de ordem: resistam.

"Este é um prêmio de resistência, que não pode acabar porque é o sinônimo de que o teatro é resistência", conclamou Jô, incomodado com o desprezo manifestado por Jair Bolsonaro e filhos pela cultura, já adiantando que estatais e órgãos públicos não mais investirão em cultura no Brasil. "Um país só progride com cultura e tecnologia de ponta. O governo tem que cuidar do país, e para cuidar do país tem que investir em tecnologia e cultura", disse Jô, citando seu amigo Millôr Fernandes. "No momento, a única cultura que temos é a de vírus", ironizou Jô. "Eu sei que é difícil quando alguém dá entrada num pensamento errado mudar de rumo. Mas o governo tem que cuidar do país. E para cuidar do país tem que investir em cultura e tecnologia de ponta."

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