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Cultura

Livro comemora 100 anos do Cordão da Bola Preta

Obra traz histórias emblemáticas do cordão mais tradicional do Carnaval do Rio e narrativas de escritores que tiveram a experiência de folião ou alguma relação afetiva com o bloco

(Foto: Desconhecido)
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Por André Diniz e Diogo Cunha - É senso comum na literatura dos festejos populares que o Carnaval exerce um papel central no debate da cultura carioca. Com algumas exceções aqui e acolá, esses estudos vêm privilegiando o grande carnaval, o das escolas, do Sambódromo, em detrimento do chamado pequeno carnaval, dos blocos de sujos, dos cordões, dos festejos de rua, com milhões de foliões.

Aí é que entra nossa pequena contribuição à memória do carnaval de rua. Pesquisando em milhares de jornais e dezenas de revistas, organizamos uma homenagem ao cordão mais tradicional do Rio, a agremiação que sintetiza a importância da festa de momo para a cidade, caracterizada por brincantes de todas as origens sociais. O livro “Vem pro Bola, meu bem: crônicas e histórias do Cordão da Bola Preta” é uma junção de textos memorialísticos que não tem a intenção de esgotar o enredo.

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A obra traz histórias emblemáticas do Bola e narrativas de escritores que tiveram a experiência de folião ou alguma relação afetiva com o Cordão. Pedro Ernesto Marinho, atual Presidente do Bola, Aldir Blanc, Nei Lopes, Moacyr Luz, Raquel Valença, Marina Iris, Marcelo Moutinho, Luiz Antônio Simas, Heloisa Seixas, Mariana Filgueiras e Emílio Domingos fazem relatos emocionantes, peculiares e elucidativos da centenária trajetória do Bola. O romancista Alberto Mussa escreve a luxuosa apresentação e o cartunista Lan, carioquíssimo em seus traços, ilustra a capa do livro.

Só que o cordão demorou a se fantasiar de Bola. De 1918 até 1933, ele se apresentava nos bailes das Sociedades Carnavalescas (precursores das escolas de samba junto com os populares ranchos) e se recolhia durante o período de carnaval. Reza a história que, numa confusão memorável no Bar Nacional (na Galeria Cruzeiro), no centro do Rio, Álvaro Gomes de Oliveira – o Lord Trinca Espinha –, Francisco Brício Filho – o Chico Brício –, Eugênio Ferreira, João Torres e os três irmãos Oliveira Roxo, Jair, Joel e Arquimedes, tiveram uma ideia SENSACIONAL! No grupo havia membros dos clubes dos Democráticos, dos Fenianos e dos Tenentes do Diabo. Mas na época (31 de dezembro de 1918), justiça seja feita, ninguém deu corda, ou a menor bola para a ação de meia dúzia de gatos pingados que entraram para os anais do carnaval ao fundarem o mais longevo cordão do Rio.

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Em 1933, o Bola ouviu o chamado das ruas e passou a desfilar pela cidade. A música que faz a alvorada do folião carioca, “Segura a chupeta”, foi criada em 1935 por Vicente de Paiva e Nelson Barbosa, para o Bloco das Chupetas, existente dentro do Cordão da Bola Preta:

Quem não chora, não mama!
Segura, meu bem, a chupeta
Lugar quente é na cama
Ou então no Bola Preta
Vem pro Bola, meu bem
Com alegria infernal!
Todos são de coração!
Todos são de coração
(Foliões do carnaval)
(Sensacional!)   

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Para além dos consagrados desfiles, o Bola Preta levantou outras bolas, outras bandeiras na folia: banhos de mar à fantasia, futebol à fantasia, Rainha Moma (que até a década de cinquenta era representada por homens vestidos de mulheres). Sua fama espalhou-se pelo Estado: “batizou” tinturaria em Vila Isabel, time de basquete, padaria no Grajaú, café na Penha Circular, cerveja em Petrópolis, uma empresa de transporte (Expresso Bola Preta), uma revista (de Rego Barros e J. Praxedes), um restaurante situado na Praça da República, sinuca em Niterói, uma marca de água sanitária, cavalo no Jockey Club e até mesmo uma escola de samba em Brasília. 

O tempo passou. E no balacobaco de 2012, o Cordão entupiu a Avenida Rio Branco, no centro do Rio, com a marca histórica de mais de 2,5 milhões de pessoas. Até mesmo o mais tímido dos componentes dava pulos de meio metro; batia no peito e gritava “Eu sou o Bola, eu sou o Bola” e dançava ao som da Banda com seu repertório tradicional. Aí está o maior mérito do Bola: ocupar o território central da cidade com personagens de todas as regiões do Rio, realizando uma cruzada civilizacional como poucas instituições podem fazer.

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E por acaso você sabe como surgiu a polêmica da Bola Preta? Não? Então, “Vem pro Bola, meu bem!”.

Vem pro Bola, meu bem! Crônicas e histórias do Cordão da Bola Preta

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Org. André Diniz e Diogo Cunha
Editora: Numa
Valor: R$ 38,00

Lançamentos

Roda de samba com convidados a partir das 14h e Banda do Cordão do Bola Preta

16 de novembro - entrada franca
Rua da Relação 2, Lapa - Centro - RJ

20 de novembro
Quinta do Parque
Entrada Demétrio de Freitas, 83 - Maceió - Niterói - RJ

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Localização: Acervo do Cordão da Bola Preta
Localização: Acervo do Cordão da Bola Preta. Provável década de 50.
Localização: Acervo do Cordão da Bola Preta (V001).
Localização: Acervo do Cordão da Bola Preta (V001).
Localização: Acervo Cordão da Bola Preta
Acervo do Cordão da Bola Preta. Ano 1933.

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