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Cultura

Um ode à tradição

Grande vencedor do Oscar , "O Artista" é uma declaração de amor ao cinema

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"Me Recuso a Falar". Desde os primeiros momentos de O Artista, o claro embate entre tradição e modernidade é escancarado na tela. Em sua abertura primorosa, onde nós como parte da platéia acompanhamos um filme dentro de um filme (um exercício de metalinguagem), simpatizamos com o sorridente e simpático astro George Valentin (Jean Dujardin em desempenho excepcional premiado com o Oscar de melhor ator). Astro máximo de um grande estúdio, Valentin é sinônimo de cinemas cheios, fãs enlouquecidas, inclusive a futura estrela Peppy Miller (Berenice Bejo), alçada ao estrelato por aparecer em uma capa ao lado do ator, e paparazzi a postos.

De todas as mudanças técnicas da história do cinema, a passagem do cinema mudo para o sonoro se destaca e já foi explorada em outros filmes, entre eles, o clássico Cantando na Chuva. Corajoso em sua concepção, já que um filme mudo e em preto e branco está longe dos padrões atuais do cinema moderno, O Artista usa o contexto do cinema clássico ao seu favor e evoca a nostalgia de forma contundente.

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Ao acompanhar a derrocada de Valentin, que se recusa a tomar parte na nova empreitada do estúdio e resolve bancar seus próprios filmes, o diretor e roteirista Michael Haznavicius se debruça sobre diversas referências hollywoodianas. Como não ver o bigode de Valentin e se lembrar de Clark Gable? Suas caras e bocas e não se lembrar de Buster Keaton?

Dotado de um apuro técnico, O Artista envolve o espectador graças a seu roteiro ágil, mesmo com pouco uso de intertítulos e com o seu elenco cativante. Dujardin equilibra carisma e a amargura que seu personagem exige de forma pontuada e sua presença na tela é de uma confiança admirável. O Elenco de apoio, inclusive o formidável cachorrinho Uggie, brilha e abre espaço para o seu artista brilhar. Com uma trilha sonora de classe (ainda mais importante em um filme mudo), algumas passagens do filme são um verdadeiro deleite para os amantes do cinema que reconhecerão referências pontuais.

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E como não afirmar que foi esse resgate nostálgico que fez a fama do filme francês e conquistou a academia que o premiou com cinco Oscar’s? (Entre eles : Filme, Ator e Direção.). Afinal o filme emula o que houve de melhor na gênese do cinema americano (assim como Hugo que presta uma bela homenagem a Georges Meliés). E é um belo exercício de metalinguagem e semiótica. Ao introduzir o mundo do cinema dentro do filme, Haznavicius pode brincar com seu personagem e com o mundo que o cerca sem nunca perder o fio condutor do filme.

E em uma época onde os efeitos dominam Hollywood, O Artista soube causar comoção e nostalgia com sua simplicidade e reverência ao cinema clássico.

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