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Alckmin diz que "expectativa do governo é o diálogo" sobre desoneração da folha de pagamento

Vice-presidente afirmou que a preocupação do ministro Haddad está correta em relação à não fazer déficit e apostou na habilidade do presidente Lula para dialogar com o Congresso

Geraldo Alckmin (Foto: José Cruz / Agência Brasil)

247 - Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, veiculado pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), nesta quarta-feira (7), o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, abordou a questão da desoneração da folha de pagamento, que vem gerando atritos entre governo federal e Congresso Nacional.

A discussão em torno da desoneração ganhou destaque após o Congresso prorrogar a medida para 17 setores e derrubar o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desencadeando debates entre os setores político e econômico. O embate centraliza-se na constitucionalidade do incentivo, contestada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que defende a reoneração gradual da folha.

Alckmin, durante a entrevista, reiterou as razões do governo para optar pela reoneração gradual, salientando a preocupação com a responsabilidade fiscal e o alcance da meta de déficit primário zero. "Há um tripé importante para a economia: juros, câmbio e imposto", destacou, referindo-se à necessidade de equilíbrio entre esses fatores.

“A preocupação do [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad, de não fazer déficit, está, portanto, correta. Eram 17 setores, mas incluíram os municípios. Então dobrou o custo de R$ 9 bilhões para R$ 18 bilhões. É uma questão de constitucionalidade. Para abrir mão de R$ 9 bilhões, tem de informar o que será cortado ou que imposto será aumentado. A preocupação é fiscal e jurídica”, argumentou.

Em relação ao caminho a ser percorrido, Alckmin expressou confiança no poder do diálogo, ressaltando que as negociações serão retomadas após o período de Carnaval. "Nossa expectativa é de diálogo, e nisso o presidente Lula é mestre", frisou, demonstrando otimismo quanto à possibilidade de alcançar um consenso que beneficie a economia do país.

A posição do governo sobre o tema também foi comentada pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, que indicou a disposição do Executivo em discutir a reoneração da folha de pagamento dos 17 setores por meio de projeto de lei.