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Economia

Arida, do BTG: “Não sigam o exemplo brasileiro”

Em Davos, no Forum Econômico Mundial, Persio Arida engrossa o coro dos que criticam o Brasil; ele atacou as medidas do governo de incentivo ao conteúdo nacional na produção industrial e renegou iniciativas de proteção tarifária; ali, cada palavra tem um peso extremo; "A execução (da política econômica) é muito pobre", arrematou o parceiro de André Esteves no BTG Pactual; com recursos do FGC, ambos compraram em 2011 o Banco Panamericano, em parceria com a estatal Caixa Econômica Federal; no ano passado, realizaram, no Brasil, a maior operação de abertura de capital da bolsa brasileira, que rendeu R$ 3,6 bi aos seus cofres

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247 – Sem tirar nem por, o economista que virou banqueiro Persio Arida colocou-se no primeiro lugar da fila de brasileiros que a presidente Dilma Rousseff chamou de "alarmistas" em pronunciamento em rede nacional na noite de ontem. Durante o debate "Contexto Latino-Americano", realizado na quarta-feira 23 no Forum Econômico de Davos, na Suíça, ele respondeu de maneira surpreendente a uma indagação do ministro das Finanças da Colômbia, Maurício Cárdenas, que narrava a pressão que sofre de empresários de seu país para que adote medidas semelhantes a algumas já praticadas no Brasil. Em especial, a exigência de maior conteúdo nacional na produção industrial e algumas regras de proteção tarifária como forma de defesa contra a guerra fiscal praticada por outros países.

"Não sigam o exemplo brasileiro", cravou Arida, de acordo com a narrativa do jornalista Sergio Leo, do jornal Valor Econômico. Para o atual sócio número 2 do BTG Pactual presidido por André Esteves, os objetivos da política econômica podem até serem nobres, mas "a execução é muito pobre". A frase já vai sendo interpretada como um ataque direto ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, e sua equipe, dentro da mais importante reunião mundial de autoridades governamentais e empresários.

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O BTG Pactual de Arida e Esteves é um dos bancos que mais se beneficiou da atual política econômica. A instituição, por exemplo, só comprou o Banco Panamericano, que pertencia ao empresário Silvio Santos, graças a um empréstimo de cerca de R$ 500 milhões, com prestações a perder de vista, concedido pelo Fundo Garantidor de Crédito. O FGC foi criado na gestão de Mantega para socorrer bancos em dificuldades. Ao precisar dele, a avaliação dentro do BTG Pactual não era, exatamente, a de que a execução da política econômica "é pobre". A instituição se associou à estatal Caixa Econômica Federal para fazer o negócio.

No Forum de Davos, onde se reúnem anualmente as maiores autoridades da economia e alguns dos principais empresários do planeta, cada palavra tem um peso extremo. Ali, ninguém fala de improviso, mas, ao contrário, defende posições previamente discutidas, manda recados, faz lobby por seus interesses.

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No caso do BTG Pactual, que tem entre seus parceiros alguns dos mais poderosos fundos de investimentos do mundo, com capital bilionário que está em países europeus e asiáticos, ficou claro que qualquer iniciativa de proteção à indústria nacional não lhe é interessante. Nem no Brasil nem na Colômbia, onde o BTG Pactual comprou recentemente o maior banco de investimentos do país. Lá como cá, a intenção dos banqueiros liderados pelo carioca Esteves, um frequente interlocutor das autoridades econômicas brasileiras, visa muito mais o interesse transnacional de seus sócios do que o local.

Pai do Plano Real, que nasceu sob a égide do nacionalismo, Arida ainda tentou tecer elogios à política econômica brasileira, mas fracassou. Após dizer que o governo brasileiro "aprendeu e vai aprender" com iniciativas praticadas no passado, em particular a das privatizações em série, a toque de caixa, feitas no governo Fernando Henrique Cardoso, do qual ele foi presidente Banco Central, Arida saiu-se com essa: "O que desaponta no Brasil é o reduzido nível de investimentos, que aponta para uma trajetória de baixo crescimento".

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Em tempo: o BTG Pactual, no ano passado, realizou a maior abertura de capital já vista na Bolsa de Valores brasileira, captando numa só manhã R$ 3,6 bilhões com a colocação de seu papeis no mercado. O capital do banco é estimado, hoje, em mais de US$ 30 bilhões.

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