CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Economia

Ataque à indústria: petroleiras pedem redução de conteúdo local

A indústria brasileira não é prioridade para o atual governo. Sinal disso é a flexibilização da política de conteúdo local. O jornal O Globo desta quarta (18) informa que onze petroleiras – incluindo a Petrobras - já pediram à Agência Nacional do Petróleo (ANP) mudança em 57 contratos, para reduzir as exigências de participação mínima da indústria nacional no setor. Caso a agência aprove os aditamentos, como já vem fazendo, será mais um golpe na já combalida cadeia local de fornecedores

Ataque à indústria: petroleiras pedem redução de conteúdo local (Foto: Stéferson Faria/Agência Petrobras)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Do portal Vermelho – A indústria brasileira não é prioridade para o atual governo. Sinal disso é a flexibilização da política de conteúdo local. O jornal O Globo desta quarta (18) informa que onze petroleiras – incluindo a Petrobras - já pediram à Agência Nacional do Petróleo (ANP) mudança em 57 contratos, para reduzir as exigências de participação mínima da indústria nacional no setor. Caso a agência aprove os aditamentos, como já vem fazendo, será mais um golpe na já combalida cadeia local de fornecedores.

Com a flexibilização, a exigência de conteúdo local cairia de até 100%, como ocorre hoje em alguns casos, a um patamar em torno de 40%. A justificativa das petroleiras é de que isso poderá destravar vários projetos, hoje encarecidos pela rigidez da regra atual.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Mas, na prática, significará um duro golpe na indústria e, consequentemente, no mercado de trabalho, já que parte dos produtos e equipamentos adquiridos no Brasil para explorar e produzir petróleo será substituída por importados. E isso acontecerá em um momento em que o país possui 13,2 milhões de desempregados.

Em abril, a diretoria da ANP aprovou resolução que regulamenta os mecanismos contratuais de isenção de conteúdo local (waiver), ajuste e transferência de excedente, e que trouxe a possibilidade de aditamento dos contratos com novas exigências.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Podem aderir às novas regras, solicitando o aditamento, as petroleiras que arremataram campos de petróleo entre 2005 e 2015, quando foram realizadas da 7ª à 13ª Rodada de concessão, além da cessão onerosa e do primeiro certame de partilha.

Especialistas do setor acreditam que o número de pedidos de revisão deve aumentar e incluir boa parte dos quase 200 contratos firmados no país nesses dez anos.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A flexibilização é parte da estratégia em curso de desmonte do setor de óleo e gás no país, atingido em cheio pela Operação Lava Jato, o que abriu brecha para que multinacionais do petróleo ocupem o espaço deixado pelo país.

Em encontro com representantes da indústria naval de vários estados para discutir as políticas para o setor, nesta quarta (17), o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que "a indústria foi desmontada" pela força-tarefa. "O efeito desta operação é devastador para o setor", afirmou.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"A indústria naval chegou a gerar 80 mil empregos diretos, e hoje, sobretudo no estado do Rio de Janeiro, está dizimada", concordou o presidente do Sinaval, Ariovaldo Santana da Rocha. Para ele, a retomada da política de conteúdo local é fundamental para a recuperação das vagas no setor.

Segundo Gabrielli, é preciso regulamentar o lobby das empresas do setor. "É preciso dar mais transparência e clareza na ação de lobbies de empresas, de forma a dissipar essa imagem de que toda relação entre empresas e fornecedores é uma relação criminosa. É importante um ambiente regulatório que torne a relação entre fornecedores e compradores mais transparente. Tudo isso só é possível num ambiente político favorável. A nosso ver, sem a intervenção do estado, o mercado não irá fazer a recuperação do setor", disse.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO