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Economia

Auditoria no DPVAT aponta R$ 1 bilhão em gastos atípicos

Auditoria da consultoria KPMG na Seguradora Líder, que administra o DPVAT, identificou despesas sem comprovação e de forma excessiva no pagamento de advogados, concentração no pagamento de sinistros em pequeno número de médicos, e compra de garrafas de vinho e de um veículo usado pela esposa de um ex-diretor da empresa

(Foto: ANPr)
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247 - Auditoria da consultoria KPMG na Seguradora Líder, que administra o DPVAT (Danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre), destaca uma lista de inconsistências financeiras e administrativas. São gastos atítpicos de R$ 1 bilhão, como despesas sem comprovação e de forma excessiva no pagamento de advogados, concentração no pagamento de sinistros em pequeno número de médicos, e compra de garrafas de vinho e de um veículo usado pela esposa de um ex-diretor da empresa.

Formado por 73 empresas, o consórcio que controla a Líder foi criado em 2007 para gerenciar o DPVAT. Tem como função arrecadar prêmios pagos por proprietários e veículos, e pelo pagamento das indenizações.

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A atual direação da Líder encomendou o levantamento em 2017. Foram avaliados os documentos da seguradora de 2008 a 2017. Os problemas estão listados no relatório final, com mais de mil páginas, e o teor dele foi publciado no jornal Folha de S.Paulo

A KPMG identificou, por exemplo, 216 irregularidades ou inconsistências na base de cobrança de honorários advocatícios. Apontou que a seguradora Líder teve um alto gasto ao custar a defesa dos colegas investigados em operação policial. A consultoiria identificou troca de emails em que o ex-presidente Ricardo Xavier e o ex-presidente do conselho de administração Luiz Tavares Pereira Filho aprovaram proposta do escritório Sad Sociedade de Advogados com honorários no valor de R$ 300 mil, podendo chegar a R$ 3,5 milhões em caso de êxito.

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A má gestão dos recursos é uma crítica antiga contra a seguradora. Em 2015, o DPVAT foi alvo da Operação Tempo de Despertar, que emitiu 41 mandados de prisão e determinou o afastamento de 12 servidores públicos por fraudes no pagamento de indenizações. Na sequência, em 2016, houve uma CPI para apurar o seguro obrigatório. 

Em 2018, outra auditoria, desta vez do Tribunal de Contas da União, também apontou fraudes na gestão.

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Integrantes do governo de Jair Bolsonaro, incluindo ele próprio, têm dito que o risco recorrente de irregularidades é uma justificativa importante para pôr fim ao DPVAT.

A Tempo de Despertar apontou que os prejuízos com transações indevidas eram estimados em R$ 28 milhões. No entanto, documentos vistos pela Folha no relatório final da KPMG mostram que o valor pode ser quase 40 vezes maior.

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Os problemas em pagamentos feitos pela seguradora podem superar a marca de R$ 1 bilhão (valores não corrigidos), segundo números disponibilizados na auditoria. Por exemplo: R$ 219,3 milhões não tinham evidências de prestações de serviços, R$ 156,1 milhões estavam sem comprovantes e R$ 47,1 milhões não dispunham de documentos fiscais.


A auditoria fala até em possível impacto na remuneração por êxito aos advogados devido a aumento dos valores pleiteados de 2008 a 2016. Essa remuneração, inicialmente prevista para ser de R$ 74,8 mil, passou para R$ 74,9 milhões.

A KPMG diz que identificou registros na base de dados da Líder referentes a bônus/êxito no valor de R$ 358 milhões, sem ser possível saber quanto foi pago, mas que encontrou inconsistências.

A consultoria também apontou gastos injustificáveis com um grupo restrito de médicos que atua como prestador de serviços.

A Líder pagou R$ 99,6 milhões em indenizações em 36 mil processos envolvendo apenas esses cinco médicos —mais de 7.000 processos para cada médico. Um deles, um fisioterapeuta, obteve R$ 44,9 milhões em indenizações em 15.294 processos.

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