Bolha imobiliária fase I. Já começam as promoções
Agora é a vez dos compradores. Tem mais oferta que procura. Estão aparecendo negócios interessantes, basta pesquisar, negociar e adiar a compra por mais uns 6 meses
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O estouro da bolha imobiliária já começa a dar resultado para os compradores de imóveis. Sobre o tema, há alguns meses atrás, este blog afirmou que o resultado viria no médio prazo, coisa de 6 meses. Está começando a aparecer, agora, o resultado nos stands de venda. Os jornais e TVs anunciam, feirões, descontos e promoções, como se fossem únicas oportunidades. Leiam o resumo de notícias que rolaram no final de semana e no final o comentário.
O Feirão da Casa Própria, encerrado em São Paulo neste domingo, movimentou cerca de R$ 3,21 bilhões em negócios desde a última sexta-feira, quando começou. Ainda segundo a Caixa, quem adquirir o financiamento imobiliário durante o período do feirão poderá começar a pagar a primeira prestação em janeiro de 2014. Fonte: Folha.
Com 186% de alta no preço do metro quadrado de 2009 a 2012, segundo a Embraesp, a compra de um imóvel em São Paulo não foi tarefa fácil. Adiar a compra atrás de uma boa oferta levava, em geral, ao efeito contrário. Em vez de achar imóveis mais baratos, eles só encareciam. Fonte: Folha.
Hoje, a situação é diferente: dá para pesquisar bem, ter calma e negociar descontos, já que a perspectiva geral é de acomodação -ou mesmo redução- nos preços. Se a incorporadora não quiser dar descontos, a saída é procurar outro empreendimento, diz Luiz Paulo Pompeia, da Embraesp. Fonte: Folha.
É preciso levar em conta, porém, que a chance de descontos é maior em imóveis já prontos ou em fase final da obra. Nos lançamentos, o preço costuma ser mais alto. "Um imóvel finalizado e não vendido gera despesas de condomínio e de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para a empresa", diz Ricardo Stella, diretor comercial e de marketing da Trisul. Fonte: Folha.
A internet também pode ajudar o cliente que busca ofertas. Sites como o Realton oferecem imóveis que sobraram dos estoques das incorporadoras. Rogério Santos, presidente da Realton, diz que a página anuncia 550 unidades, entre semiprontas, prontas e novas, com no máximo 40% de desconto. Fonte: Folha.
Comentário.
Primeiro de tudo, estamos a falar de mercado como um todo. Há exceções do fenômeno da bolha, em algumas capitais como o Rio de Janeiro e Brasília. No entanto, no restante do Brasil, o quadro é semelhante. Há excesso de ofertas. Em Curitiba, por exemplo, há oferta de 2 imóveis para 1 comprador. As proporções variam de uma cidade para outra, mas o quadro é semelhante.
Houve uma média de aumento de 200% nos preços dos imóveis nos últimos 5 anos. A inflação no mesmo período foi aquém de 35%. Houve supervalorização dos imóveis. Tenho conhecimento de incorporadoras que davam como premio para melhor vendedor de um edifício, 1 carro Mercedes Benz. As incorporadoras ganharam fortunas, no período.
Agora é a vez dos compradores. Tem mais oferta que procura. Estão aparecendo negócios interessantes, basta pesquisar, negociar e adiar a compra por mais uns 6 meses. Só tomem cuidado de não comprarem imóveis na planta, isto é encrenca na certa! Só comprem imóveis prontos para morar, com chaves na mão. Quem vai financiar, nem precisam pagar entrada, apenas, assumam o financiamento. As incorporadoras estão loucos para se livrarem dos financiamentos! E exija, de quebra, a cozinha montada!
Apenas para o conhecimento, a estouro da bolha imobiliária nos EEUU, teve natureza diversa daqui. O estouro da bolha nos EEUU começou com a inadimplência de pagamento das prestações de financiamentos. Aqui a bolha está sendo de excesso de lançamentos, por enquanto. A crise da inadimplência poderá até vir, mas se isto viera a acontecer será numa segunda onda. Vamos acreditar que não haverá a segunda onda.
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12
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